INTERNACIONAL

Mundo intensifica estratégias para obter vacina contra a COVID-19

Em plena corrida mundial para desenvolver a vacina contra a COVID-19, a Austrália iniciou nesta quarta-feira o debate sobre a eventual decisão dos países de torná-la obrigatória para frear o vírus, que continua em propagação por todo o planeta, enquanto as restrições aumentam para tentar neutralizar o coronavírus

AFP
19/08/2020 às 10:03.
Atualizado em 25/03/2022 às 16:20

Em plena corrida mundial para desenvolver a vacina contra a COVID-19, a Austrália iniciou nesta quarta-feira o debate sobre a eventual decisão dos países de torná-la obrigatória para frear o vírus, que continua em propagação por todo o planeta, enquanto as restrições aumentam para tentar neutralizar o coronavírus.

"Sempre há exceções à vacina, por razões médicas, mas deve ser a única", declarou o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, à rádio 3AW de Melbourne.

O chefe de Governo conservador declarou que a vacinação "deveria ser obrigatória".

Antecipando possíveis movimentos antivacina, Morrison destacou que há muitas coisas em jogo para permitir que a doença continue em propagação.

"Estamos falando de uma pandemia que destruiu a economia mundial e provocou centenas de milhares de mortes em todo o mundo", disse.

Diante de um vírus que provocou mais de 781.000 mortes e infectou mais de 22 milhões de pessoas, segundo o balanço da AFP com base em dados oficiais dos países, a descoberta de uma vacina ou tratamento eficaz é a esperança do planeta.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 168 potenciais vacinas estão sendo desenvolvidas, mas até agora nenhuma está pronta para a comercialização.

Nos Estados Unidos, país mais afetado pela COVID-19 com 171.800 vítimas fatais, o laboratório Moderna tem um dos projetos mais avançados, com uma pesquisa em fase 3 de testes clínicos em seres humanos, a última etapa antes da comercialização.

Paralelamente, uma vacina será testada em breve no Paquistão e Arábia Saudita, em sua terceira fase de testes clínicos. Desenvolvida pelo laboratório chinês CanSinoBio e pelo Instituto Chinês de Biotecnologia de Pequim, já iniciou testes na China, Rússia, Chile e Argentina.

O Brasil, segundo país do mundo mais afetado pela pandemia, com quase 3,5 milhões de contágios e mais de 110.000 mortes, aprovou na terça-feira os testes clínicos finais da vacina experimental do laboratório Johnson & Johnson, o quarto projeto autorizado para testes no país, antes de uma aprovação definitiva.

Cuba começará na próxima semana os ensaios clínicos em humanos de seu projeto de vacina, "Soberana 01", cujos resultados estão previstos para fevereiro de 2021 de 2021.

O laboratório farmacêutico suíço Roche anunciou nesta quarta-feira um acordo com o grupo americano Regeneron para a fabricação e distribuição de um tratamento contra a COVID-19 que está na fase final de testes clínicos.

Diante da corrida acelerada para desenvolver o remédio, a OMS pediu aos países membros que se unam ao programa de acesso à vacina e lutem contra o "nacionalismo das vacinas".

O papa Francisco afirmou que seria "triste" se as futuras vacinas fossem destinadas primeiro aos "mais ricos" e não "aos mais necessitados".

Para Francisco, a batalha atual deve ser travada em duas frentes: "Por um lado temos que encontrar um remédio para este vírus minúsculo, mas terrível, que colocou o mundo de joelhos. De outro, temos que sanar um vírus muito grande, o da injustiça social, da desigualdade, da marginalização e da falta de proteção aos mais frágeis".

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