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Navio de cruzeiro com dezenas de doentes se dirige ao Panamá

O cruzeiro Zaandam, com mais de 1.800 passageiros, entre eles 42 com sintomas de gripe, decidiu, nesta terça-feira, se dirigir para o Panamá depois de ser negado a atracar em portos no Chile, Peru e outros países da América do Sul, que fecharam todas as suas fronteiras devido à ameaça do coronavírus

AFP
24/03/2020 às 19:06.
Atualizado em 31/03/2022 às 07:06

O cruzeiro Zaandam, com mais de 1.800 passageiros, entre eles 42 com sintomas de gripe, decidiu, nesta terça-feira, se dirigir para o Panamá depois de ser negado a atracar em portos no Chile, Peru e outros países da América do Sul, que fecharam todas as suas fronteiras devido à ameaça do coronavírus.

Após passar mais de uma semana implorando por um porto para desembarcar seus passageiros, ansiosos para voar para seus respectivos países, a linha Holland America do grupo Carnival decidiu enviar seu navio de Roterdã do Puerto Vallarta no México "para se juntar ao Zaandam e fornecer suprimentos pessoal adicional, kits de teste COVID-19 e outro suporte, conforme necessário", afirmou a empresa em comunicado.

Com 611 tripulantes e nenhum turista, Roterdã deixou Puerto Vallarta "para que os dois navios se encontrassem na noite de 26 de março, na costa do Panamá".

A intenção da empresa é iniciar sua rota de Fort Lauderdale, Flórida, para chegar em 30 de março ", no entanto, os planos ainda estão sendo finalizados".

O cruzeiro Zaandam, da empresa Holland America, zarpou em 7 de março de Buenos Aires com destino a San Antonio, na costa central do Chile. Mas a empresa decidiu deter todos os trajetos ante medidas drásticas de circulação tomadas pelos governos devido à ameaça de expansão do coronavírus.

Assim, pediram autorização para atracar em 14 de março em Punta Arenas, no sul do Chile, para que seus 1.243 passageiros e parte dos 586 tripulantes a bordo tentassem encontrar voos de retorno aos seus países de origem o quanto antes.

"Apesar das confirmações prévias de que os hóspedes poderiam desembarcar em Punta Arenas para pegar voos, não nos permitiram fazê-lo", informou a Holland America, do grupo Carnival.

Em seguida, "o Chile fechou todas as fronteiras por 14 dias e ouvimos que uma embarcação que conseguiu atracar em Punta Arenas foi recebida pelos locais com pedras", contam no Facebook Dimiti e Neil Bate, um casal australiano que viaja no cruzeiro.

Em meio à crise sanitária mundial, a tripulação detectou passageiros doentes com sintomas gripais, mas "como é temporada de gripe e os testes de COVID-19 não estão disponíveis a bordo, neste momento é difícil determinar a causa destes casos", informou a empresa. No domingo, a companhia reportava 42 pessoas doentes.

"São tempos de provação. Não nos esqueçam", pediram os Bate.

Após a recusa em Punta Arenas, o Zaandam navegou até o porto de Valparaíso, onde ficou ancorado em 20 e 21 de março para carregar provisões, remédios para os doentes e abastecer.

O Chile tinha fechado suas fronteiras por ar, mar e terra em 18 de março.

O navio, então, partiu para o norte e nesta terça-feira (24) navegava em frente à costa peruana, onde não foi permitido atracar porque "navios com pessoas com epidemias ou doenças infecciosas não podem chegar", segundo fontes oficiais em Lima, que falaram sob a condição do anonimato.

"Já se proibiu a entrada de outros dois cruzeiros" desde o fechamento das fronteiras no Peru em 17 de março, acrescentaram.

A empresa informou que "sua intenção é prosseguir para Fort Lauderdale, Flórida, para chegar em 30 de março".

"Ainda estamos trabalhando para garantir uma reserva para transitar pelo Canal de Panamá" e revendo "opções alternativas", acrescentou.

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