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No momento da apuração dos votos, o que pode dar errado nos Estados Unidos?

As eleições nos Estados Unidos eram consideradas mais tranquilas quando a grande maioria das pessoas votava no mesmo dia em um centro eleitoral e suas preferências eram contabilizadas automaticamente por uma máquina

AFP
27/10/2020 às 10:27.
Atualizado em 24/03/2022 às 09:12

As eleições nos Estados Unidos eram consideradas mais tranquilas quando a grande maioria das pessoas votava no mesmo dia em um centro eleitoral e suas preferências eram contabilizadas automaticamente por uma máquina.

Mas este ano, a pandemia de covid-19 provocou um aumento do voto por correio ou antecipado, o que representa um desafio técnico, humano e também legal em milhares de jurisdições, que têm procedimentos e regras particulares.

O cenário de incerteza significa que muitas coisas podem dar errado em caso de disputa acirrada na eleição de 3 de novembro entre o presidente republicano Donald Trump e o democrata Joe Biden. Muitos acreditam na possibilidade de uma batalha legal, como a que aconteceu no ano 2000, quando a Suprema Corte decidiu a questão.

As pesquisas mostram que muito mais democratas que republicanos defendem o voto por correio. O partido de Trump iniciou várias ações legais para limitar esta possibilidade.

Nas últimas eleições, quase 1% dos votos enviados por correspondência foram rejeitados, um número que deve aumentar com a ampliação da modalidade.

Isto poderia resultar em centenas de milhares de votos contestados. A eleição de 2000 foi decidida por 537 votos.

Em 2016, quase 139 milhões de americanos participaram nas eleições, com 33 milhões de votos por correspondência. Este ano a participação total pode alcançar 150 milhões de pessoas, com metade dos sufrágios emitidos antecipadamente.

Nove estados e a capital, Washington DC, enviam automaticamente votos por correspondência a todos os eleitores. Em outros, os eleitores têm a responsabilidade de solicitar as cédulas. No passado, a possibilidade ficava restrita para o voto "em ausência", mas neste ciclo eleitoral muitos estados, mas não todos, permitiram que qualquer eleitor vote "em ausência" ou pelo correio.

Cada estado tem as próprias regras. A maioria exige o preenchimento da cédula, que esta seja colocada em um envelope, que deve ser assinado e enviado pelo correio ou depositado em urnas especiais.

Alguns estados exigem uma "cobertura" para a privacidade e outros exigem testemunhas, por exemplo.

Os votos nos centros eleitorais são contados automaticamente e na maioria dos casos os resultados são anunciados horas, ou até minutos, após o fechamento das urnas.

Mas os votos por correio implicam um processo trabalhoso, no qual cada estado tem regras próprias.

Alguns estados só aceitam votos que chegam até o dia da eleição, outros continuam contando até 10 dias depois.

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