A ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura Svetlana Alexievich se negou nesta quarta-feira (26) a responder as perguntas dos investigadores bielorrussos, que a citaram na relação das ações judiciais contra o "conselho de coordenação" da oposição
A ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura Svetlana Alexievich se negou nesta quarta-feira (26) a responder as perguntas dos investigadores bielorrussos, que a citaram na relação das ações judiciais contra o "conselho de coordenação" da oposição.
O conselho foi formado pela oposição para promover uma transição do poder, em um momento de protestos inéditos contra a reeleição controversa em 9 de agosto do presidente Alexander Lukashenko, que governa o país desde 1994.
"Recorri ao meu direito de não depor contra mim mesma", explicou à imprensa Alexievich, de 72 anos, ao sair do comitê de investigação.
"Não me sinto culpada de nada", destacou e afirmou que o "conselho de coordenação não tem outros objetivos a não ser consolidar a sociedade".
A escritora, que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 2015, reiterou em sua chegada ao comitê de investigação que a ação dos opositores era "absolutamente legítima".
"Acredito que precisamos permanecer juntos, não ceder [...] devemos conseguir uma vitória graças à força de nossa mente e nossas convicções", estimou Alexievich, que alertou sobre qualquer "derramamento de sangue".
A Justiça de Belarus iniciou, na semana passada, ações judiciais contra o "conselho de coordenação", acusado de "convocar ações contra a segurança nacional", que são passíveis de penas de três a cinco anos de prisão.
Outros dois membros do conselho, Serguéi Dilevski e Olga Kovalkova, foram condenados na terça-feira a dez dias de prisão por sua relação com a manifestação não autorizada de domingo, que reuniu 100.000 pessoas em Minsk.
A oposição denuncia fraudes nos resultados da eleição de 9 de agosto, na qual Lukashenko recebeu oficialmente 80% dos votos.
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