Migrantes que aguardam no México seus trâmites para se radicarem nos Estados Unidos disseram nesta quarta-feira (20) confiar em que o novo presidente americano, Joe Biden, flexibilizará sua política após as duras medidas implementadas no governo de Donald Trump
Migrantes que aguardam no México seus trâmites para se radicarem nos Estados Unidos disseram nesta quarta-feira (20) confiar em que o novo presidente americano, Joe Biden, flexibilizará sua política após as duras medidas implementadas no governo de Donald Trump.
"Estamos muito alegres, contentes, nos devolveram a esperança", disse à AFP a nicaraguense Jessica Valles, que está há 18 meses em Ciudad Juárez (norte), esperando uma resposta favorável à sua solicitação.
Com este sentimento, Valles acompanhava pela TV a posse de Biden em um abrigo que acolhe migrantes bloqueados.
"Nos faz sentir mais confiantes e estamos vendo que o novo presidente não nos está deixando de lado e acho que sim, está pensando em nós", disse Fátima, uma salvadorenha que está há dois anos no México e não quis dar seu sobrenome.
A migração foi um tema central do governo Trump, que tomou medidas polêmicas como a separação de famílias em situação irregular ou a construção de um muro na fronteira com o México, de quase 3.200 km.
Sob o governo de Trump, os Estados Unidos enviaram também ao México uns 60.000 migrantes, a maioria da América Central, no âmbito do programa "Quédate en México" (Fica no México).
Essa política determina que os solicitantes de asilo que chegam à fronteira sul americana devem esperar em território mexicano a solução de seus casos.
Biden assinou nesta quarta-feira um decreto determinando parar o muro - cujas obras continuavam nesta quarta em Juárez - e apresentará um projeto ao Congresso que permitirá a naturalização de uns 700.000 jovens que chegaram como ilegais em sua infância, acompanhando seus pais, grupo conhecido como "Dreamers".
Ele também projeto um plano de assistência para El Salvador, Guatemala e Honduras, de onde se origina a maioria dos migrantes, assim como recursos adicionais para a vigilância e o controle de fronteira.
"É uma esperança, não posso dizer que vá acontecer porque os políticos prometem muito, mas temos a esperança de que seja assim, que nos dê a oportunidade", comentou, por sua vez, Dennys López, um cubano que está há quatro anos no México e há três meses em Ciudad Juárez.
Após as multitudinárias caravanas migratórias do fim de 2018 e começo de 2019, Trump ameaçou o México com sanções comerciais se não tomasse medidas para deter a onda migratória.
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, mobilizou, então, 26.000 militares em suas fronteiras norte e sul.
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