NA CIDADE

Nos últimos 12 meses, 5.810 vagas foram fechadas

Situação deve continuar, segundo especialista piracicabano

Juliana Franco
juliana.franco@gazetadepiracicaba.com.br
12/04/2016 às 11:23.
Atualizado em 28/04/2022 às 05:32
Francisco Crocomo: 'Dados registrados nos dois primeiros meses não significam crescimento' (Antonio Trivelin)

Francisco Crocomo: 'Dados registrados nos dois primeiros meses não significam crescimento' (Antonio Trivelin)

A cada 24 horas, ao menos 15 vagas de empregos formais desapareceram em Piracicaba. De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), entre fevereiro de 2015 e o segundo mês deste ano, 5.810 postos deixaram de existir na cidade – diferença entre 47.872 admissões e 53.682 desligamentos. Situação que deve continuar, enquanto o cenário político brasileiro permanecer indefinido, afirma o coordenador do Banco de Dados Socioeconômicos do curso de ciências econômicas da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), Francisco Constantino Crocomo. “Na análise dos 12 meses, temos um cenário negativo. E, infelizmente, não vejo mudanças expressivas enquanto o cenário do Brasil for este, de insatisfação com a atual política governamental e, consequentemente, com a política econômica”, diz. Por outro lado, ao observarmos apenas os dois primeiros meses do ano, o saldo de Piracicaba é de 167 vagas positivas. “Situação que pode ser explicada pelo fato de as empresas estarem segurando os funcionários. Os empreendimentos não têm mais de onde demitir e muitos optam por rodar o negócio, mesmo no vermelho”, afirma o economista, que acrescenta: “Os dados registrados nos dois primeiros meses do ano não significam crescimento econômico, mas sim uma estagnação da economia. As pessoas de baixa escolaridade são as que têm enfrentado maior dificuldade na busca por uma colocação no mercado”. Além de contratarem menos, os salários ofertados também caíram. Consequentemente, a renda das famílias diminuiu. Diante da situação, Crocomo acredita que não é hora de dizer não às oportunidades que aparecem. “No meu ponto de vista, 2016 será um ano difícil, mesmo se houver mudanças na Política. Isto porque um novo governo, por exemplo, demanda tempo para criação de um plano de governo e estruturação da equipe econômica. Por isto, mesmo quando os salários ofertados são menores, não dá para escolher. Oportunidades devem ser agarradas, inclusive para o profissional que está empregado. Este precisa se desdobrar para manter a vaga”, opina. Crocomo, assim como outros estudiosos entrevistados pela Gazeta de Piracicaba, recentemente, entende que a recessão econômica é decorrência da crise política, que tem sido o fator de instabilidade na hora de os empresários investirem, já que boa parte das vendas também caiu. A falta de investimento, na sua visão, é a causa do desemprego e da queda no consumo das famílias. O especialista acredita que respostas mais consistentes devam começar a aparecer somente no final do ano e início de 2017. “Nesse momento, é preciso apertar os cintos e evitar desperdícios”, finaliza. Centro de Apoio ao Trabalhador De acordo com o Centro de Apoio ao Trabalhador (CAT), da Secretaria Municipal de Trabalho e Renda (Semtre), nos três primeiros meses deste ano foram atendidos 12.030 trabalhadores e encaminhados para vagas de emprego 2.190.  As vagas cadastradas no CAT, em janeiro, fevereiro e março, foram 765. Neste mês, até o dia 11, foram atendidos 1.115 trabalhadores e encaminhados para vagas 276 candidatos. As vagas cadastradas são 59. Para essa segunda-feira (11), estavam disponíveis 13 ocupações e 18 vagas. Entre as ocupações disponíveis estão: tosador de animais domésticos, polidor de automóveis, bobinador de transformador, encarregado de supermercado e assistente administrativo.

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