Aedes transgênicos na palma da mão do secretário municipal de Saúde (Christiano Diehl Neto)
Com capacidade de produção de 60 milhões de mosquitos geneticamente modificados por semana, a nova unidade da Oxitec do Brasil, que será instalada na área industrial Unileste, em Piracicaba, deve ser entregue ainda em 2016. O anúncio é do diretor da empresa, Glen Slade. "Do total de mosquitos que devem ser produzidos na cidade, vamos utilizar 20% localmente. Os outros 80% podem ser usados em qualquer área do mundo. A unidade fabril está em construção e deve ser finalizado ainda neste ano. A parte de construção está em bom ritmo, mas existe toda burocracia antes de iniciar a atuação na cidade", diz Slade. A empresa já seleciona os primeiros funcionários que devem atuar no município - cerca de 200 empregos diretos vão ser gerados. "Mas antes, eles vão passar por treinamento em nossa unidade localizada em Campinas", explica o diretor da Oxitec do Brasil. Centro Na manhã desta terça-feira (19), teve início a soltura do 'Aedes do Bem' no bairro São Judas - o espaço faz parte da aplicação do projeto na área central estendida do município. Como marco da nova fase do projeto, representantes políticos, membros da Oxitec e da sociedade se reuniram em frente à Escola Estadual 'Professor José de Mello Moraes' para a liberação dos primeiros mosquitos. Por semana, serão soltos cerca de 700 mil mosquitos transgênicos - média entre 100 e 200 mosquitos por semana. O objetivo é controlar a população do inseto em toda a região central do município. O projeto será realizado por dois anos. "A área central foi escolhida para a soltura dos mosquitos transgênicos por apresentar o maior Índice Breteau (mostra a infestação do mosquito Aedes aegypti) de Piracicaba. A última divulgação apontou número de 1,4 e, quando está acima de um, a situação é preocupante", explica o secretário municipal de Saúde, Pedro Mello. "A região central estendida de Piracicaba ainda tem características regionais. Além disso, é o espaço em que estão instaladas o Terminal Rodoviário e o Terminal Central de Integração, o Lar dos Velhinhos e a Rua do Porto. Cerca de 16 milhões de pessoas passam pela região, no ano", acrescenta. Além do São Judas, outros 10 bairros serão atingidos com a ação. O processo de soltura acontece da mesma forma como foi realizada na primeira etapa, ocorrida na região da Cecap/Eldorado. A diferença é o grau de alcance do projeto. "Há um volume maior de pessoas circulando na área central. O Cecap é uma região mais residencial e na área central há um volume maior de pessoas, o que é bom para a cidade, já que haverá um impacto maior de controle. Nos 11 bairros, vivem mais de 60 mil pessoas", diz o diretor da Oxitec do Brasil, Glen Slade.