INTERNACIONAL

Nova manifestação contra Lukashenko em Belarus

Quase 100.000 manifestantes saíram novamente às ruas de Minsk neste domingo para denunciar a reeleição do presidente Alexander Lukashenko, o que levou a polícia a utilizar jatos de água contra os participantes

AFP
04/10/2020 às 12:04.
Atualizado em 24/03/2022 às 11:12

Quase 100.000 manifestantes saíram novamente às ruas de Minsk neste domingo para denunciar a reeleição do presidente Alexander Lukashenko, o que levou a polícia a utilizar jatos de água contra os participantes.

O movimento de protesto sem precedentes, provocado pela suspeita de fraude nas eleições presidenciais de 9 de agosto, reúne milhares de pessoas todos os domingos, apesar da repressão.

Neste domingo, mais de 100.000 pessoas, de acordo com a agência russa Interfax, participaram em uma passeata dedicada aos "prisioneiros políticos".

O site independente Tut.by citou dezenas de milhares de pessoas e publicou imagens de grandes colunas de manifestantes, com as bandeiras (branco e vermelha) da oposição.

Como todos os domingos, o governo mobilizou as forças de segurança, além de ter determinado restrições à internet móvel e aos transportes públicos para dificultar a mobilização.

"Um jato de água foi utilizado em Minsk", afirmou a porta-voz do ministério do Interior, Olga Chemodanova, que também citou "detenções", mas sem revelar números.

Na sexta-feira, o governo cancelou as credenciais da imprensa estrangeira, o que dificulta a cobertura dos acontecimentos no país.

Muitos bielorrussos receberam mensagens do ministério do Interior com advertências sobre a participação em reuniões não autorizadas. "Não se equivoquem!", afirmavam os textos.

Apesar da pressão, a multidão prossegue com os protestos a cada domingo.

Centenas de manifestantes, líderes de movimentos políticos, sindicatos e jornalistas foram detidos desde agosto, acusados de organizar ou participar nas manifestações.

O centro bielorrusso de direitos Viasna afirma que o país tem 77 "presos políticos".

De acordo com o Tut.by, três pessoas foram detidas neste domingo em Vitebsk e duas na cidade de Grodno.

As operações da polícia, no entanto, são menos violentas que em agosto, quado dezenas de pessoas foram feridas e muitas detidas.

Desde então, muitos líderes da oposição foram obrigados a partir para o exílio, como a rival de Lukashenko na eleição presidencial, Svetlana Tikhanovskaya, ou foram detidos, como Maria Kolésnikova, sua aliada.

"Temos medo que um grande número de pessoas continue nas prisões bielorrussas", disse Tikhanovskaya em uma mensagem divulgada no Telegram neste domingo.

"Nossa tarefa é tentar obter sua liberdade", completou.

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