Um assalto a uma agência bancária com reféns, explosivos e armas pesadas deixou um morto e causou pânico na madrugada desta quarta-feira entre os moradores de Cametá, região Norte, um dia após uma ação semelhante em outra região do país
Um assalto a uma agência bancária com reféns, explosivos e armas pesadas deixou um morto e causou pânico na madrugada desta quarta-feira entre os moradores de Cametá, região Norte, um dia após uma ação semelhante em outra região do país.
Um refém morreu e outra pessoa ficou ferida, informaram autoridades do Pará, que conseguiram restabelecer a ordem, enquanto prosseguiam as buscas aos assaltantes.
Segundo o governador do estado, Helder Barbalho, a quadrilha errou o cofre e não levou nenhum valor da agência bancária de Cametá, cidade de 130 mil habitantes. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Pará, "mais de 20 criminosos portando armas de grosso calibre, como fuzis", atacaram a agência, do Banco do Brasil. "Uma pessoa usada como refém foi alvejada pelos criminosos e morreu."
Segundo relatos de testemunhas ao portal de notícias G1, a quadrilha sequestrou pessoas que assistiam a uma partida de futebol em bares e as usou como escudos humanos para atacar uma base da Polícia Militar (PM) e se deslocar pela cidade. Após a fuga, a polícia encontrou uma caminhonete carregada de explosivos abandonada em uma estrada vizinha.
O assalto ocorreu um dia após uma ação semelhante em Criciuma, interior de Santa Catarina. "São crimes que tiveram pelo menos meses de planejamento, para escolher o lugar, contratar o pessoal, arrumar os veículos para a fuga, entrar em contato com fornecedores de armas...", indicou à AFP o analista criminal Guaracy Mingardi, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os criminosos escolhem cidades de médio porte, onde têm "uma facilidade razoável para roubar e fugir."
O especialista não vê, entretanto, uma conexão aparente entre os dois episódios. O método tem precedentes no país desde 2016. Apesar de ser provável que as quadrilhas contem com apoio logístico e material de grandes grupos criminosos, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), Mingardi aponta que não se trataram de ações planejadas de dentro de prisões ou pela cúpula dessas organizações.
Para o analista, esse tipo de operação irá ocorrer esporadicamente até que a polícia sofistique seus métodos de investigação e repressão, de tal forma que o mesmo deixe de ser atraente para os bandidos.
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