INTERNACIONAL

Número de mortos por aids pode duplicar em região da África durante pandemia da COVID-19

O número de mortes provocadas por HIV poderia duplicar na África subsaariana se o acesso ao tratamento para os pacientes portadores desse vírus for afetado ou interrompido pela pandemia da COVID-19, alertou a ONU nesta segunda-feira (11)

AFP
13/05/2020 às 22:48.
Atualizado em 30/03/2022 às 00:47

O número de mortes provocadas por HIV poderia duplicar na África subsaariana se o acesso ao tratamento para os pacientes portadores desse vírus for afetado ou interrompido pela pandemia da COVID-19, alertou a ONU nesta segunda-feira (11).

Uma interrupção de seis meses em relação ao acesso ao tratamento pode causar mais de 500.000 mortes nessa região no período de um ano (2020-2021), somando-se às 470.000 mortes registradas em 2018, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e UNAIDS.

O cenário seria algo não visto desde 2008, quando 950.000 pessoas morreram de aids na região.

No último ano, os dados oficiais apontam que 25,7 milhões de pessoas eram portadoras do HIV na África Subsaariana, das quais 16,4 milhões estavam recebendo tratamento para esse vírus.

Enquanto o número de crianças infectadas diminuiu 43% entre 2010 e 2018, passando de 250.000 para 140.000, uma possível suspensão das campanhas de prevenção, acesso aos cuidados médicos e tratamento também podem apagar o progresso feito na prevenção da transmissão do HIV de mãe para filho.

As infecções infantis podem chegar a 37% em Moçambique, 78% no Malawi e no Zimbábue e até em 104% na Uganda.

"Existe o risco de que as vitórias alcançadas na luta contra a AIDS sejam sacrificadas durante a luta contra a COVID-19", disse o diretor-executivo do UNAIDS, Winnie Byanyima, citado em comunicado conjunto com a OMS.

Em um comunicado divulgado na última semana, o UNAIDS alertou os governos "a não interromper os seus esforços de prevenção ao HIV e a garantir que as populações mantenham acesso aos serviços necessários para evitar infecção, discriminação e violência, além de também poder desfrutar da saúde sexual e reprodutiva e direitos vinculados".

Desde o surgimento do vírus da aids, há mais de 35 anos, 78 milhões de pessoas foram infectadas. Dessas, 35 milhões morreram, segundo dados do UNAIDS.

rjm/nl/gab/apo/age/mb/bn

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