INTERNACIONAL

O legado racista presente na vida cotidiana do sul dos EUA

Um homem caracterizado como o general Robert E. Lee agita uma grande bandeira confederada em Charleston junto com manifestantes, segurando cartazes que dizem "O racismo mata" e "Fora KKK"

AFP
20/10/2020 às 14:05.
Atualizado em 24/03/2022 às 10:09

Um homem caracterizado como o general Robert E. Lee agita uma grande bandeira confederada em Charleston junto com manifestantes, segurando cartazes que dizem "O racismo mata" e "Fora KKK".

Enquanto os Estados Unidos se encaminham para eleições após um verão de protestos contra o racismo, a memória dos tempos em que a escravidão dividia o país pode ser vista todas as semanas na pitoresca cidade de Charleston.

O racismo e a discriminação entraram na turbulenta campanha eleitoral americana, galvanizando o movimento "Black Lives Matter", que exige que os políticos acabem com as desigualdades.

O presidente republicano Donald Trump resistiu explicitamente a condenar grupos nacionalistas brancos, e os democratas acusam-nos de adotar táticas de intimidação, como dizer que seu candidato, Joe Biden, busca "destruir os bairros residenciais" com casas e imigrantes de baixa renda.

Em Charleston, na Carolina do Sul, as tensões persistem.

Como todos os fins de semana nos últimos cinco anos, Braxton Spivery exibe sua bandeira confederada em frente ao monumento dos Defensores da Confederação.

"Estou aqui para preservar a história", diz este homem de barba branca à AFP.

"Devemos aprender com isso. Se apagarmos a história, ela se repetirá", afirma.

Em maio, o afro-americano George Floyd morreu sufocado sob o joelho de um policial branco em Minneapolis.

Desde então, mais de 100 monumentos e outros símbolos da Confederação formada em 1861 por estados escravocratas do sul que queriam se separar da União foram removidos dos espaços públicos.

Spivery insiste em que não é racista, observando que pessoas mal-intencionadas "caluniaram" a honra dos soldados sulistas mortos na Guerra Civil, usando a bandeira confederada pela causa da supremacia branca.

Do outro lado da rua, a aposentada Rita Kazirskis não acredita nessa mensagem.

"Eles ficam em frente à estátua com seu conto de fadas de que é uma causa nobre, quando a verdade é que eles são um bando de racistas que celebram a história racista. E é por isso que estou aqui", diz Kazirskis, de 53 anos.

A polícia observa o protesto, enquanto os motoristas buzinam, ou mostram o dedo médio, ao passar.

"Vamos tornar a América grande novamente", diz um homem recitando o slogan de Trump ao passar pelas bandeiras confederadas.

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