Com uma quantidade notável de doentes e uma taxa de mortalidade extremamente baixa, a Alemanha representa uma exceção diante da epidemia do novo coronavírus
Com uma quantidade notável de doentes e uma taxa de mortalidade extremamente baixa, a Alemanha representa uma exceção diante da epidemia do novo coronavírus.
O país registrou oficialmente 10.999 casos nesta quinta-feira (19) e 20 mortos, o que fez a taxa de letalidade no país ficar em 0,18%, um número muito baixo em comparação com cerca de 4% da China ou Espanha, 2,9% na França ou 8,3% na Itália.
"É algo difícil de desvendar [...] Não temos resposta e é provavelmente uma combinação de vários fatores", admitiu esta semana Richard Pebody, responsável da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Essas são algumas das hipóteses dos especialistas:
Com 25.000 leitos de cuidados intensivos com assistência respiratória, a Alemanha está particularmente bem equipada, em comparação com seus vizinhos europeus. A França possui cerca de 7.000 e a Itália em torno de 5.000.
Além disso, Berlim anunciou na quarta-feira que deseja duplicar esse número nos hospitais nas próximas semanas.
No momento, os pacientes doentes têm recebido uma atenção médica adequada e o país não teme que seus hospitais fiquem saturados a curto prazo, como aconteceu na Itália ou no leste da França.
No entanto, isso não parece explicar a diferença no número de mortos nas primeiras semanas, pois os outros países europeus também mobilizaram seus hospitais.
"Reconhecemos rápido a doença no país, estamos adiantados em questão de diagnóstico, de detecção", afirma Christian Drosten, diretor do Instituto de virologia do hospital da Caridade, em Berlim.
Esse critério, junto com a importante rede de laboratórios independentes que existe no país, que desde janeiro começou a examinar as pessoas, permitiu diagnosticar melhor a doença e colocar em quarentena os casos que apresentavam maior risco.
Para submeter-se ao teste na Alemanha, basta apresentar os sintomas e ter estado em contato com algum caso confirmado ou ter voltado de uma área de risco.
"Na Alemanha, mais de 70% das pessoas identificadas como infectadas até o momento possuem entre 20 e 50 anos", explicou o presidente do Instituto Robert Koch (IRK), que dirige a luta contra a epidemia.
Em um primeiro momento, a doença se propagou entre uma população relativamente jovem e em boa saúde. Os primeiros infectados eram pessoas que haviam ido esquiar na Itália ou Áustria.