Após anos de rigor orçamentário, os deputados alemães aprovaram nesta quarta-feira (25) um plano de resgate "histórico" de cerca de 1,1 trilhão de euros para proteger a primeira economia da Europa da pandemia do novo coronavírus
Após anos de rigor orçamentário, os deputados alemães aprovaram nesta quarta-feira (25) um plano de resgate "histórico" de cerca de 1,1 trilhão de euros para proteger a primeira economia da Europa da pandemia do novo coronavírus.
Confira as principais medidas que precisarão ser aprovadas na sexta-feira pelo Bundesrat, a Câmara alta do Parlamento.
É o montante deste programa, que representa quase um terço da riqueza total produzida pelo país em um ano. Trata-se de uma cifra "sem precedentes para a Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial", segundo o ministro de Finanças e vice-chanceler Olaf Scholz à Câmara.
O plano inclui três grandes capítulos.
O primeiro é a criação de um fundo de resgate às grandes empresas de 600 bilhões de euros, distribuídos em 400 bilhões de euros em forma de garantias para a dívida das empresas, 100 bilhões de euros para os empréstimos ou tomada de participação em empresas e 100 bilhões de euros para apoiar o banco público de investimentos KfW.
O segundo elemento é o aumento em 357 bilhões de euros para a capacidade do KfW, que poderá garantir até 822 bilhões de euros em empréstimos.
E o terceiro é um aumento do orçamento federal de mais de 100 bilhões de euros este ano com várias medidas, em particular ajudas às pequenas empresas ou aos assalariados.
Pela primeira vez desde 2013, a Alemanha, grande defensora da ortodoxia orçamentária, contrairá este ano dívidas de até 156 bilhões de euros, tanto para financiar medidas de apoio como para compensar a queda de receitas fiscais.
O plano supõe o fim da política de equilíbrio orçamentário chamada de "déficit zero", criticada com frequência pelos sócios da Alemanha, que a acusam de frear o crescimento.
Os empréstimos também obrigam a primeira economia da Europa a pausar a regra constitucional do "freio ao endividamento", que se aplica há anos.
Esta política, que começou em 2011, só permite em teoria um déficit máximo de até 0,35% do PIB.
No entanto, este limite pode ser superado em circunstâncias excepcionais, que o governo alemão invocou no caso do novo coronavírus.