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O que significa que uma vacina é eficaz?

A eficácia expressa com uma porcentagem é o principal fator para avaliar novas vacinas contra a covid-19

AFP
11/02/2021 às 09:55.
Atualizado em 23/03/2022 às 17:40

A eficácia expressa com uma porcentagem é o principal fator para avaliar novas vacinas contra a covid-19. Mas como isso é medido? Depende do que?

Quando se diz que uma vacina é X% eficaz contra a covid-19 significa que reduz o risco de contrair a doença em X%, calculado pelos seus fabricantes com base em ensaios clínicos.

Entre as dezenas de milhares de voluntários nos testes, uma parte recebe a vacina e a outra um placebo. Durante a análise, todos eles levam uma vida normal e alguns deles contraem covid-19 naturalmente. Se a vacina for eficaz, o número de infectados será menor entre os participantes vacinados.

Por exemplo, a vacina russa Sputnik V é 91,6% eficaz contra as manifestações sintomáticas do vírus, de acordo com os resultados publicados em 2 de fevereiro na revista médica The Lancet.

Os pesquisadores russos determinaram essa porcentagem, já que 16 voluntários dos 14.900 que receberam as duas doses da vacina foram diagnosticados positivos, em comparação com 62 dos 4.900 que receberam um placebo.

As vacinas mais eficazes até agora são as da Pfizer / BioNTech e Moderna (95% e 94,1%, respectivamente), que usam tecnologia de RNA mensageiro.

A eficácia depende de vários critérios, como a forma como a vacina é administrada. Por exemplo, a AstraZeneca e sua parceira, a Universidade de Oxford, afirmaram que sua eficácia varia de acordo com o intervalo das doses.

"A eficácia atinge 82,4% com um intervalo de 12 semanas ou mais entre as duas doses", em comparação com 54,9% para menos de seis semanas, de acordo com um estudo publicado em 1º de fevereiro.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) determinou ao autorizar esta vacina em 29 de janeiro uma eficácia de "cerca de 60%" com um intervalo entre 4 e 12 semanas.

A gravidade da doença também pode ser um fator. Assim, a eficácia da vacina Johnson & Johnson em geral é de 66%, mas especialistas destacam que ela aumenta para 85% no que se refere à prevenção de manifestações graves.

Os cientistas também se perguntam se seria possível aumentar a eficácia da vacinação usando um antígeno diferente da primeira para a segunda dose.

A Universidade de Oxford acaba de lançar um estudo com 820 voluntários com mais de 50 anos de idade para testar essa hipótese com as vacinas Pfizer / BioNTech e AstraZeneca.

Os cientistas estão preocupados com a variante sul-africana, já que uma de suas mutações, chamada E484K, provavelmente tornará as vacinas menos eficazes.

A África do Sul decidiu na quarta-feira usar a vacina da Johnson & Johnson, ainda não licenciada na Europa e nos Estados Unidos, antes da AstraZeneca, após um estudo questionar sua eficácia contra esta variante.

Realizado entre 2.000 pessoas, o estudo concluiu que a vacina farmacêutica anglo-sueca oferece "proteção limitada contra as manifestações moderadas da doença causada pela variante sul-africana entre adultos jovens".

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