A Comissão Contra o Trote Universitário da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) lançou, nessa semana, uma campanha que deverá ser promovida nas instituições de ensino superior do Brasil contra o trote. O tema da ação é O trote violento deixa marcas que não somem com o tempo. A iniciativa é coordenada pelo presidente da comissão, Fábio Romeu Canton Filho, e deverá ser realizada em todas as unidades da instituição. O presidente da OAB 8ª Subsecção Piracicaba, Fábio Moura, disse que um dos objetivos da campanha é conscientizar professores, alunos veteranos e calouros, de que o trote traz prejuízos a toda sociedade. “Acredito que está na hora de toda sociedade se envolver e buscar a extinção do trote violento, optando por trotes solidários. Como campanhas de doação de sangue, arrecadação e doação de alimentos, e muitos outros”, afirmou. REPÚDIO Moura ressaltou que a OAB Piracicaba tem tomado posições com relação aos casos recentes de trote e de discriminação ocorrida com estudantes da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). “Nos posicionamos contrários à divulgação da lista sobre a intimidade das estudantes e cobramos atitudes da universidade para coibir atitudes como essa e também punição aos autores”, ressaltou. A OAB Piracicaba manifestou publicamente o repúdio ao episódio que teve a instauração de inquérito policial e sindicância interna na universidade. “Estas atitudes, com a condenação dos culpados, também colaboram para a diminuição e extinção do trote violento, pois são inúmeros os crimes que podem ser atribuídos aos que, insistem em manter uma ‘tradição’ que não tem mais espaço na sociedade”. O presidente da OAB Piracicaba acredita que “está mais que na hora dos jovens estudantes entenderem que o ambiente universitário necessita de atitudes éticas e convívios sociais, onde a diversidade de culturas traz benefícios para os futuros profissionais”. A OAB Piracicaba entende que essa campanha não acabará com os trotes violentos imediatamente, mas é o início de mudanças de atitudes. "Vamos divulgar e participar ativamente da campanha da nossa seccional, buscando o diálogo com os Diretórios Estudantis, Centros Acadêmicos e Dirigentes Universitários. Esta bandeira é da sociedade civil”.