INTERNACIONAL

OMS aceita investigação sobre sua gestão da pandemia, após ameaças de Trump

Após as acusações e ameaças de boicote do presidente americano, Donald Trump, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aceitou nesta terça-feira (19) fazer uma "avaliação independente" sobre sua resposta à pandemia do novo coronavírus, que já deixou 320 mil mortos no mundo e avança rapidamente no Brasil, onde superou as mil mortes em um dia

AFP
19/05/2020 às 21:48.
Atualizado em 29/03/2022 às 23:12

Após as acusações e ameaças de boicote do presidente americano, Donald Trump, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aceitou nesta terça-feira (19) fazer uma "avaliação independente" sobre sua resposta à pandemia do novo coronavírus, que já deixou 320 mil mortos no mundo e avança rapidamente no Brasil, onde superou as mil mortes em um dia.

No entanto, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a prioridade é combater o novo coronavírus, pois a COVID-19 continua matando e devastando a economia dos países em todo o planeta.

Os 194 Estados-membros da organização, entre eles Estados Unidos e China, adotaram durante sua assembleia uma resolução que planeja iniciar "o mais rápido possível uma avaliação imparcial, independente e completa" da ação internacional coordenada pela OMS diante da pandemia.

Este acordo é uma resposta às acusações do presidente Donald Trump, que acusa a instituição de ser um "fantoche da China", onde foi detectado o primeiro caso do novo coronavírus em dezembro.

Trump ameaçou congelar indefinidamente o financiamento para essa agência da ONU e até retirar seu país, se não houver "melhorias substanciais" em 30 dias.

Em resposta, o governo chinês acusou Trump, nesta terça-feira, de usar a China para "fugir de suas obrigações" com a OMS.

"É um erro de cálculo, e os Estados Unidos escolheram o alvo errado", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian.

A Rússia, com quase 300.000 casos mas em aparente estabilização, acusou os Estados Unidos de querer "arruinar" a agência da ONU.

"Nós nos opomos à falência (da OMS), que obedeceria aos interesses políticos e geopolíticos de um único Estado, ou seja, dos Estados Unidos", disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Riabkov.

Já a União Europeia (UE) expressou nesta terça seu apoio à OMS. "É hora da solidariedade, não de apontar o dedo, ou prejudicar a cooperação multilateral", disse a porta-voz da diplomacia europeia, Virginie Battu.

Trump considera que a OMS ignorou informes sobre o aparecimento do vírus e censura a organização por ser muito indulgente com as autoridades chinesas a respeito da gestão da pandemia. Nos Estados Unidos, já são mais de 90.000 mortos e 1,5 milhão de infectados.

Em todo o mundo, o novo coronavírus infectou mais de 4,8 milhões de pessoas.

Apesar da tensão entre a OMS e Washington, surgiram sinais de otimismo com os resultados encorajadores no desenvolvimento de uma tratamento ou de uma vacina, um desafio do qual participam mais de 100 laboratórios no mundo.

Na China, um medicamento em fase de testes na prestigiada Universidade de Pequim ("Beida") permitiria não apenas acelerar a cura dos doentes, mas também imunizar temporariamente para a COVID-19, segundo o pesquisador Sunney Xie em entrevista à AFP.

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