INTERNACIONAL

OMS adverte para risco da suspensão rápida das restrições ante coronavírus

A Europa continua "no olho do furacão" diante da epidemia de coronavírus, alertou nesta quinta-feira (16) a Organização Mundial da Saúde (OMS), no momento em que vários governos decidiram, ou planejam, flexibilizar as medidas de confinamento adotadas para restringir essa pandemia mortal

AFP
16/04/2020 às 10:19.
Atualizado em 31/03/2022 às 03:51

A Europa continua "no olho do furacão" diante da epidemia de coronavírus, alertou nesta quinta-feira (16) a Organização Mundial da Saúde (OMS), no momento em que vários governos decidiram, ou planejam, flexibilizar as medidas de confinamento adotadas para restringir essa pandemia mortal.

Apesar dos "sinais encorajadores" constatados, o número de casos quase dobrou nos últimos dez dias na Europa, chegando a quase um milhão, ressaltou o diretor da OMS Europa, Hans Kluge, em coletiva de imprensa em Copenhague.

Nesse contexto, a agência especializada da ONU pede aos líderes europeus que "não baixem a guarda" e se assegurem de que o vírus esteja sob controle antes de suspenderem as restrições.

Desde seu aparecimento na China, em dezembro passado, a COVID-19 infectou mais de dois milhões de pessoas em todo mundo e matou mais de 137.000, incluindo mais de 90.000 somente na Europa, aponta balanço atualizado pela AFP com base em fontes oficiais e divulgado nesta quinta-feira (16).

Preocupados com as dramáticas consequências das restrições para as economias paralisadas e, tendo em vista a desaceleração nas admissões e internações em unidades intensivas, vários países europeus começaram a elaborar seus planos de desconfinamento e até o relaxamento de algumas medidas.

A Suíça pretende apresentar seu plano nesta quinta-feira. Já a Alemanha planeja reabrir algumas lojas e, a partir de 4 de maio, as escolas.

Na quarta-feira, quase metade dos estudantes na Dinamarca retornou às salas de aula após um mês de fechamento. A Áustria reabriu na terça seus pequenos estabelecimentos comerciais não essenciais. A Itália, segundo país mais afetado do mundo com 21.645 mortos, também autorizou a reabertura de algumas lojas.

Na Espanha (19.130 mortos), parte dos trabalhadores voltou ao trabalho, mas o "home office" continua sendo a norma. O plano de confinamento deve ser estendido para além de 25 de abril.

A França (17.167 mortos) também está preparando seu plano progressivo de desconfinamento a partir de 11 de maio, após ter decidido na segunda-feira estender suas medidas restritivas.

Nos Estados Unidos, Donald Trump pretende religar a máquina econômica o mais rápido possível e deve apresentar seu roteiro nesta quinta-feira.

"Vamos reabrir estados, alguns estados muito antes do que outros. Alguns estados podem, de fato, abrir antes do prazo de 1º de maio", assegurou o presidente americano na quarta-feira, dizendo que os Estados Unidos provavelmente "passaram do pico" de novos casos.

O país é o mais afetado do mundo, com 30.985 mortes para 639.664 casos confirmados.

Em Nova York, onde as cremações mais do que dobraram, e os enterros aumentaram cinco vezes, Green-Wood, seu maior cemitério, atingiu o limite de sua capacidade.

"E não é apenas Green-Wood", garante Eric Barna, membro da Metropolitan Cemetery Association, que reúne os cemitérios de Nova York.

"Chegamos ao ponto em que o sistema não consegue lidar com um volume tão grande em tão pouco tempo", completou.

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