INTERNACIONAL

OMS não espera vacinação generalizada contra Covid-19 antes de meados de 2021

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta sexta-feira (4) que não espera uma vacinação generalizada contra a covid-19 antes de meados de 2021, no momento em que pesquisadores russos publicaram resultados animadores sobre sua vacina candidata

AFP
04/09/2020 às 21:04.
Atualizado em 25/03/2022 às 08:44

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta sexta-feira (4) que não espera uma vacinação generalizada contra a covid-19 antes de meados de 2021, no momento em que pesquisadores russos publicaram resultados animadores sobre sua vacina candidata.

Vários governos esperam contar o quanto antes com vacinas contra o novo coronavírus, que no mundo todo foi contraído por mais de 26 milhões de pessoas e matou cerca de 870.000, gerando uma crise econômica global.

A OMS considerou encorajador o fato de várias vacinas estarem na fase três dos testes clínicos, o que envolve testes em dezenas de milhares de pessoas, mas alertou que ainda falta um longo caminho a percorrer.

"Um número considerável de candidatas entrou na fase três de testes. Conhecemos ao menos de seis a nove que já percorreram um bom trecho em termos de pesquisa", declarou uma porta-voz da OMS, Margaret Harris, em um encontro com a imprensa em Genebra.

"Mas, em termos de calendário realista, não esperamos ver uma vacinação generalizada antes de meados do próximo ano", completou.

O diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou que a entidade "não dará o aval" a nenhuma vacina sem antes confirmar sua segurança e eficácia.

A revista científica The Lancet publicou nesta sexta-feira um estudo preliminar sobre a vacina russa que mostrou que ela permite o desenvolvimento de uma resposta imunitária sem efeitos negativos graves.

De acordo com The Lancet, a vacina, batizada de Sputnik V e anunciada com euforia por Moscou, foi aplicada em 76 voluntários e gerou "anticorpos neutralizantes" da covid-19. A revista, porém, enfatizou a necessidade de testes "em grande escala".

Este será o objetivo do teste clínico da fase três, que incluirá 40.000 participantes, explicou.

Nos Estados Unidos, o país do mundo mais atingido pela pandemia, com mais de 6 milhões de casos e 186.000 óbitos, o governo do presidente Donald Trump urgiu os estados a estarem "completamente operacionais" para uma possível vacina antes de 1º de novembro, dois dias antes das eleições presidenciais.

Em final de agosto, Trump, que busca a reeleição, prometeu que uma vacina estará à disposição ainda em 2020.

A América Latina segue sofrendo com a pandemia.

O Brasil, o segundo país do mundo mais atingido pelo vírus, não consegue frear a propagação e superou na quinta-feira os 4 milhões de casos, acumulando mais de 124.000 óbitos.

Apesar da gravidade da pandemia, é possível enxergar uma leve melhora. Na última semana foi registrada uma média de 869 mortes diárias, após vários meses de mais de mil óbitos por dia.

Nesta sexta-feira, o cacique Raoni Metuktire, símbolo das causas indígenas, recebeu alta após uma semana hospitalizado com covid-19. Quase 30.000 indígenas brasileiros foram contaminados e 785 faleceram devido ao vírus, de acordo com uma ONG.

Na Argentina, o vírus também não dá trégua. O país registrou na quinta-feira um recorde de 12.026 casos em 24 horas, chegando a 451.185 contágios em todo o território. No total, são mais de 9.300 óbitos.

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