INTERNACIONAL

OMS pede para 'não baixar a guarda' na luta contra o coronavírus

A Organização Mundial da Saúde (OMS) apelou nesta segunda-feira (26) a "não baixar a guarda" na luta contra o coronavírus, que cada vez mais aperta o cerco na Europa, impacta a economia, desencadeia protestos e é politizada

AFP
26/10/2020 às 20:05.
Atualizado em 24/03/2022 às 09:23

A Organização Mundial da Saúde (OMS) apelou nesta segunda-feira (26) a "não baixar a guarda" na luta contra o coronavírus, que cada vez mais aperta o cerco na Europa, impacta a economia, desencadeia protestos e é politizada.

"Não podemos baixar nossa guarda, não podemos baixar nossa guarda", disse o diretor-geral da OMS, Adhanom Ghebreyesus, em uma entrevista coletiva. "Quando os líderes agem rapidamente, o vírus pode ser freado", acrescentou, alertando que "é perigoso abrir mão do controle".

Desde que foi detectada na China, em dezembro, a pandemia deixou ao menos 1,15 milhão de mortos e acumula mais de 43 milhões de casos no mundo, de acordo com um balanço da AFP, baseado em fontes oficiais.

Nesse cenário, as bolsas europeias fecharam no vermelho com quedas importantes em Frankfurt, Paris, Londres, Madri e Milão. Wall Street também recuou, dada a pouca esperança de que o governo e o Congresso dos Estados Unidos cheguem a um segundo plano de ajuda econômica diante do impacto causado pela pandemia.

As declarações de Ghebreyesus ocorrem em um momento em que a Itália anuncia medidas restritivas impopulares para enfrentar a segunda onda de contaminação, que inclui o fechamento de restaurantes e bares a partir das 18h e o total fechamento de teatros, cinemas e academias por um mês.

Isso significa um forte golpe para setores já bastante afetados pelo rígido confinamento no primeiro semestre.

Para os opositores, é uma "declaração de fracasso" do governo, enquanto os cientistas se perguntam se isso será suficiente para conter a disseminação do vírus.

O primeiro-ministro Giuseppe Conte disse que as medidas devem permitir aos italianos ser "mais serenos até o Natal".

No fim de semana, houve confrontos entre a polícia e os opositores ao toque de recolher na capital, Roma, e em Nápoles (sul do país).

"Com essas novas restrições, vamos fechar", lamentou à AFP Giuseppe Tonon, de 70 anos, dono de um restaurante em Oderzo, pequena cidade italiana.

Nesta segunda, milhares de pessoas voltaram a se manifestar contra as restrições anunciadas na véspera para conter a covid-19, e os protestos terminaram novamente em confronto em grandes cidades, como Milão e Nápoles.

A situação é "crítica" na França, alertou Jean-François Delfraissy, presidente do conselho científico que assessora o governo de Emmanuel Macron.

"Tínhamos previsto que haveria essa segunda onda, mas nós mesmos estamos surpresos com a (sua) brutalidade", afirmou em uma entrevista de rádio, depois de registrar um recorde de 52.000 casos em 24 horas.

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