INTERNACIONAL

OPAS prevê aumento de mortes por COVID-19 em 3 a 6 semanas na América Latina

As mortes por COVID-19 aumentarão nas próximas três a seis semanas na América Latina, disse nesta terça-feira (7) a diretora da Organização Pan Americana da Saúde (OPAS), ressaltando que tudo dependerá do cumprimento das medidas para evitar os contágios e dos recursos disponíveis

AFP
07/04/2020 às 21:29.
Atualizado em 31/03/2022 às 03:42

As mortes por COVID-19 aumentarão nas próximas três a seis semanas na América Latina, disse nesta terça-feira (7) a diretora da Organização Pan Americana da Saúde (OPAS), ressaltando que tudo dependerá do cumprimento das medidas para evitar os contágios e dos recursos disponíveis.

Carissa Etienne, titular do escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse que o impacto à saúde do novo coronavírus não será igual em todos os países latino-americanos, mas muitos começarão a ver no final de abril e início de maio um maior número de infectados e de mortos pela doença.

E ressaltou que alguns inclusive verão seus sistemas de saúde ficar sobrecarregados.

"Obviamente, tudo isso depende do quanto os países cumpram o distanciamento social, se estão dispostos a continuar essas medidas, se têm funcionários suficientes na saúde e número de leitos nos hospitais, principalmente de unidades de cuidados intensivos (UTIs), e se contam com um número suficiente de respiradores e equipamentos de proteção pessoal", explicou Etienne em uma coletiva de imprensa feita por videoconferência.

O novo coronavírus provocou mais de 80.000 mortes e 1,4 milhão de contágios confirmados em todo o mundo desde que o primeiro caso foi registrado na China em dezembro.

Desde o começo da pandemia, a América Latina e o Caribe somam 1.466 mortos e 37.545 casos, segundo contagem da AFP às 19h de Brasília.

"Em apenas sete dias, vimos mais que o dobro do número de casos e mortes em nossa região. A pandemia está se acelerando rapidamente", disse ela.

"A situação vai piorar antes de melhorar, e todos precisamos estar preparados para as próximas semanas que serão ainda mais difíceis", acrescentou.

Etienne afirmou que o impacto da pandemia será "devastador" onde os profissionais de saúde estão ausentes e pediu para que eles sejam lembrados com apreço e solidariedade, alertando para não estigmatizá-los.

Além disso, pediu aos países que se organizassem para garantir o fornecimento de equipamentos de proteção aos hospitais e trabalhassem com o setor privado para encontrar "soluções inovadoras para aumentar a sua produção".

"Agora não é hora de acumular e acumular. É hora de aliviar as restrições à exportação e adotar regulamentos flexíveis que permitam a chegada (desses equipamentos) aos locais que serão mais afetados nas próximas semanas", enfatizou.

Etienne não especificou quais países latino-americanos seguem melhor as recomendações da OPAS/OMS para enfrentar a ameaça do novo coronavírus. Mas ele demonstrou a "preocupação" por parte da agência com a resposta da Nicarágua à crise.

"Estamos preocupados com a falta de distanciamento social, a convocação de reuniões de massa. Estamos preocupados com exames, a rastreabilidade de contatos e a notificação de casos. Também estamos preocupados com o que vemos como prevenção e controle inadequados de infecções", afirmou.

A Nicarágua é o único país da América Latina que não fechou suas fronteiras, não tomou medidas para confinar a população, mantém escolas abertas e promove feiras, atividades recreativas e turísticas, algo que tem sido fortemente questionado por médicos, empresários e opositores.

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