'Clandestine Bank'

Operação da PF prende homem em Águas de S. Pedro

Morador foi preso com armas, munições e entorpecente

Ana Cristina Andrade
02/06/2023 às 07:04.
Atualizado em 02/06/2023 às 07:04

Operação foi desencadeada pela Polícia Federal de Campinas que detectou operações ilegais de débito e crédito, e de câmbio (Divulgação)

A Polícia Federal de Campinas deflagrou, na manhã de ontem, a Operação "Clandestine Bank", que teve como objetivo a repressão de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, consistentes em operações de evasão de divisas, fraudes em contratos de câmbio e operações irregulares de instituições financeiras.

Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido em Águas de São Pedro onde, com apoio do 10º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), foram apreendidos na rua Guimarães Soares de Andrade, no Centro, armas, munições, entorpecente, celulares, notebooks, pen-drives, HD's, documentos e diversos cartões magnéticos.

Por causa da arma de fogo, o morador foi preso em flagrante. A investigação, iniciada em março de 2023, teve por base as informações obtidas na Operação Dollaro Bucato II, deflagrada em 28.7.2022, também em Campinas. 

Por meio das análises de documentos e dispositivos eletrônicos, foi possível constatar milhares de operações de crédito e débito e de câmbio, efetivadas por pessoas físicas e jurídicas não autorizadas, inclusive para o continente asiático.

Enquanto investigava, a PF descobriu que as operações envolvem movimentação de moeda no estrangeiro por meio do processo conhecido como dólar-cabo, além de câmbio de moeda em território nacional, conversão ilícitas de créditos lícitos em dinheiro em espécie, uso de empresas de fachada, operações de importações fictícias, laranjas, testas de ferro, pagamento de boletos em benefício de terceiros, emissão de notas fiscais sem lastro.

Foram detectadas movimentações atípicas nas diversas regiões do país, sendo que o montante transacionado apenas entre os meses de março e junho de 2022, em relação às empresas investigadas, chega a 5 milhões.

Entre as pessoas jurídicas de fachada há empresa de transporte que não possui um único veículo, nem mesmo empregados. Os principais investigados são dois operadores do sistema financeiro clandestino, a empresa de fachada utilizada para as movimentações, a empresa do ramo químico que mais usou o sistema bancário ilícito para, principalmente, converter créditos de sua conta corrente em dinheiro em espécie, e seu dirigente.

Além das buscas, foi determinado o bloqueio de mais de 16 (dezesseis) milhões em bens e valores dos investigados para fazer frente a danos causados. A soma das penas dos crimes constatados durante a investigação, todos contra o Sistema Financeiro Nacional, Lei nº 7492/86, podem chegar a 26 anos de prisão.

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