INTERNACIONAL

Opositora bielorrussa Tikhanovskaya pede ajuda à ONU para continuar 'luta'

A líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaya, não pretende parar de "lutar", apesar do pedido de extradição apresentado por Belarus, e pede ajuda à ONU, disse ela à AFP em uma entrevista

AFP
08/03/2021 às 08:55.
Atualizado em 22/03/2022 às 09:31

A líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaya, não pretende parar de "lutar", apesar do pedido de extradição apresentado por Belarus, e pede ajuda à ONU, disse ela à AFP em uma entrevista.

"Temos a convicção de que em algum momento esse regime cairá, porque as pressões a que está sujeito vêm de dentro e de fora. Em algum momento, não poderá evitar começar a negociar para sair dessa enorme crise", afirmou a adversária em entrevista concedida no domingo.

Svetlana Tikhanovskaya foi forçada a fugir para a Lituânia por seu papel no movimento de protesto após as eleições presidenciais de 2020.

Figura proeminente da oposição bielorrussa e candidata a essas eleições, chegou a Genebra no domingo para participar, entre outras atividades, de um debate sobre seu país organizado pelo Festival Internacional de Cinema sobre Direitos Humanos (FIFDH).

Também está presente no festival a opositora Olga Kovalkova, responsável no exílio do Conselho de Coordenação da oposição bielorrussa.

Tikhanovskaya, cujo marido foi preso no ano passado depois de tentar concorrer à presidência, continua firme, apesar do pedido de extradição de Minsk contra ela na sexta-feira, que foi imediatamente rejeitado pela Lituânia.

"O risco é mínimo, mas isso não vai me impedir de lutar", afirmou, muito tranquila, quando questionada se se sentia segura na Europa.

Cercada por seguranças, Tikhanovskaya, de 38 anos, mãe de dois filhos, abriu caminho por entre uma multidão ao chegar a Genebra, em frente à sede das Nações Unidas, onde várias dezenas de seguidores a esperavam.

Sua chegada a Genebra, na Suíça, também foi a ocasião para fazer um apelo de ajuda à ONU.

Embora o Conselho de Direitos Humanos (CDH) já tenha realizado um debate urgente sobre Belarus em setembro, Tikhanovskaya espera que a ONU continue a ajudá-la a tirar seu país da "repressão".

Também planeja se reunir com dois especialistas independentes da ONU nos próximos dias e espera que os 47 Estados-membros do CDH, que atualmente está em sua 46ª sessão, adotem uma resolução sobre seu país.

"Gostaríamos que esta resolução mencionasse o relator especial sobre Belarus para que ele possa ter acesso às prisões e detidos e ver por si mesmo a situação absolutamente deplorável dos locais de detenção", afirmou.

Também solicitou que a resolução contemplasse a criação de um grupo de especialistas para investigar a situação dos direitos humanos em seu país.

A opositora não tem ilusões: "Compreendemos claramente que não é possível manter negociações diretas entre a sociedade bielorrussa e o regime".

O regime do presidente Alexander Lukashenko, que lidera a ex-república soviética desde 1994 e tem o apoio da Rússia, reprime p movimento de protesto desde o ano passado, após sua polêmica reeleição em agosto.

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