MEIO AMBIENTE

Os benefícios da gestão ambiental tratados pela OAB

Consultor frisou que gestão é sinônimo de sustentabilidade

José Ricardo Ferreira
ricardo.ferreira@gazetadepiracicaba.com.br
14/04/2016 às 12:17.
Atualizado em 28/04/2022 às 05:34
Palestra foi acompanhada por advogados, juristas e estudantes de Direito (Antonio Trivelin)

Palestra foi acompanhada por advogados, juristas e estudantes de Direito (Antonio Trivelin)

A 8ª Subsecção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Piracicaba realizou, nesta quarta-feira (13), uma palestra que abordou a importância da gestão ambiental empresarial. O palestrante foi o professor José Alencastro de Araújo, experiente consultor de empresas nos ramos ambientais e de segurança do trabalho, além de professor na Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) da disciplina de MBA na Administração Estratégica de Produção e Qualidade. Antes do evento, Alencastro explicou à reportagem que uma gestão ambiental é sinônimo de sustentabilidade. Disse que trabalhou por anos no setor industrial e tem uma visão ampla sobre o assunto. Em sua análise, o empresariado brasileiro está ciente da importância de cuidar bem do meio ambiente e de seus recursos. Mesmo porque, se não respeitá-lo, não consegue licença para operação no segmento que atuará. Alencastro explicou que um empresário que se preocupa com o meio ambiente também vê seus custos baixarem e o lucro aparecer. Por exemplo, quem usa racionalmente a água e a energia elétrica, pagará contas menores. “Gestão ambiental é uma engenharia”, disse. Além da a natureza agradecer, as comunidades interna e externa à empresa agradecerão por viver com menos poluições atmosféricas, sonoras e de solo, segundo explicou o professor. Uma gestão ambiental, assim, não pode ser observada como um gasto, mas sim um investimento, pois preserva os recursos natuais no presente e para futuras gerações, segundo explicou o palestrante. Ainda de acordo com ele, um micro, pequeno ou grande empresário também precisa se preocupar com a imagem de seus investimentos para se manter no mercado. “O consumidor e a população estão mais bem informados de seus direitos e cobram isso para uma vida melhor, com qualidade”, disse. Mineradora Ele também citou o desastre ambiental com o rompimento da barragem de rejeitos da Samarco em novembro de 2015, em Minas Gerais. Especialistas consideraram como sendo o maior desastre ambiental do gênero da história mundial nos últimos 100 anos. O volume de rejeitos despejados, 50 a 60 milhões de metros cúbicos (m³), destruiu o distrito mineiro de Bento Rodrigues, em Mariana. Os rejeitos contaminaram os rios Gualaxo do Norte, do Carmo e o Doce. Dezessete pessoas morreram e centenas ficaram sem onde morar. No entendimento de Alencastro, a mineradora Samarco é a responsável pela tragédia, mas a culpa também precisa ser dividida com os órgãos fiscalizadores. A natureza, disse ele, precisará de tempo para se recuperar, porém, a empresa deverá investir para isso. Por outro lado, é preciso cobrar agilidade da mineradora, sem, portanto, imprimir um ritmo de cobrança que leve a empresa à falência. “Em Mariana, 80% da receita são provenientes da Samarco”, disse. E a Samarco precisa estar na ativa para reparar os danos que cometeu, segundo explicou. O evento desta quarta-feira foi promovido pela Comissão de Direito Ambiental da OAB-Piracicaba, cujo presidente é o advogado Fernando Marcos Colonnese. Ele disse que a preocupação da OAB com o tema ambiental se intensificou na gestão passada. De acordo com ele, a iniciativa da palestra ajuda o empresariado a entender questões jurídicas, técnicas e ambientais, além de abrir o tema à população. É importante entender, disse Colonnese, que prevenção nunca é caro. Ele citou o caso da Samarco, que está gastando milhões de reais em indenizações e reparos ambientais quando poderia ter investido milhares de reais com a prevenção do acidente.

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