INTERNACIONAL

Os cinco principais assuntos a serem tratado pelo novo comissário europeu do Comércio

Estados Unidos, Mercosul, Brexit, meio ambiente e defesa do mercado interno são os temas mais importantes que aguardam o letão Valdis Dombrovskis, nomeado nesta terça-feira (8) ao cargo de comissário para o Comércio da União Europeia

AFP
08/09/2020 às 09:04.
Atualizado em 25/03/2022 às 08:27

Estados Unidos, Mercosul, Brexit, meio ambiente e defesa do mercado interno são os temas mais importantes que aguardam o letão Valdis Dombrovskis, nomeado nesta terça-feira (8) ao cargo de comissário para o Comércio da União Europeia.

As relações comerciais da União Europeia (UE) com os Estados Unidos se deterioraram desde a chegada de Donald Trump ao poder, em 2017, em meio a impostos punitivos sobre o aço e o alumínio, ameaças aos automóveis e até disputas pela tributação do chamado quarteto GAFA (Google, Apple, Facebook e Amazon).

Os europeus - que, no entanto, conseguiram limitar os danos - acompanharão de perto o resultado das eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos.

Se Trump for vitorioso, a UE e seu novo comissário para o Comércio terão de continuar no mesmo caminho entre a diplomacia e a resposta aos ataques.

Em caso de vitória de Joe Biden, a relação deve melhorar e permitir um retorno ao multilateralismo, por meio de uma reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC).

"Mas não vamos voltar ao mundo de antes de Trump", disse Cécilia Bellora, economista do Cepii, entrevistada pela AFP, que apontou que "vão ficar vestígios, como tarifas ou certa forma de preferência nacional".

Concluído com grande alarde em 2019, após 20 anos de discussões, o acordo comercial da UE com os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai) parece estagnado.

O acordo deve ser ratificado pelos Parlamentos dos países europeus, mas os da Áustria e da Holanda já o rejeitaram na sua forma atual.

Outros países - como Bélgica, França, Irlanda e Luxemburgo - são claramente reticentes.

Até a Alemanha, por muito tempo defensora do projeto e que inicialmente esperava assiná-lo antes do final do ano, mudou recentemente de postura.

O cerne do problema está nas consequências do texto para os agricultores europeus, mas sobretudo nos riscos que representa para o meio ambiente, em particular para a floresta amazônica.

"O novo comissário terá um pouco disso nas mãos", disse Bellora.

Além disso, "aprovar o texto tal como está e com o governo no poder no Brasil, não vejo como isso pode acontecer", ressaltou.

Há anos, várias entidades não governamentais acusam a UE de não levar suficientemente em conta os problemas de saúde ambiental e o aquecimento global na conclusão dos seus acordos comerciais.

Depois da já enterrada Associação Transatlântica para o Comércio e Investimento, o acordo com o Canadá (CETA) e o do Mercosul simbolizam esses questionamentos.

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