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Os especialistas que dão a cara para decifrar a pandemia

Eles eram pouco conhecidos até a crise do novo coronavírus. Agora, estes especialistas se tornaram um rosto familiar em seus respectivos países, enquanto tentam explicar a pandemia para as populações confinadas

AFP
08/04/2020 às 11:07.
Atualizado em 31/03/2022 às 04:05

Eles eram pouco conhecidos até a crise do novo coronavírus. Agora, estes especialistas se tornaram um rosto familiar em seus respectivos países, enquanto tentam explicar a pandemia para as populações confinadas.

Médicos, pesquisadores e chefes de serviços de emergência se tornaram a face e a voz de uma crise de saúde que assola todo planeta.

O coronavírus que ele analisa todos os dias na televisão, com sua voz suave e rouca, finalmente o pegou. O diretor do Centro de Coordenação e Emergências em Saúde, dr. Fernando Simón, adoeceu no final de março, mas continuou a aparecer por videoconferência da sala onde está isolado.

Após várias coletivas de imprensa interrompidas pela tosse, o epidemiologista de 57 anos deu positivo para COVID-19. Mais tarde, o especialista pediu desculpas pela velocidade com que foi testado, enquanto outros pacientes "precisam esperar dias" para saber os resultados.

Em seus relatórios diários, tenta ser simples e pedagógico. Também é muito cauteloso, até demais para outros epidemiologistas que o criticaram por aconselhar tardiamente medidas drásticas de confinamento.

Não é a primeira crise para este médico, que exerceu a profissão na América Latina e na África, na União Europeia e na Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2014, esteve encarregado do acompanhamento nacional da epidemia de ebola quando dois missionários espanhóis morreram em um hospital em Madri.

Nas redes sociais, muitos internautas notam sua semelhança com o jogador do Barcelona Antoine Griezmann.

Anthony Fauci, um especialista de renome mundial em doenças infecciosas, teve de desenvolver um novo talento na luta contra o vírus: a arte de colocar seu chefe, o presidente dos Estados Unidos, no bolso, sem afetar sua autoridade.

Quase todos os dias, esse especialista em imunologia, calmo e de estilo acadêmico, compartilha uma tribuna com Donald Trump para relatar à mídia a situação da saúde.

Diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas desde os anos 1980, Anthony Fauci, de 79, destaca-se por sua luta contra inúmeras epidemias, da aids ao ebola, sempre com o princípio de fornecer informações confiáveis à população.

Diante da pandemia de COVID-19, segue o mesmo método, ainda que isso o force a contradizer Trump. Em um primeiro momento, o presidente americano minimizou a gravidade da crise.

"Digo coisas ao presidente que ele não quer ouvir e declarei publicamente coisas diferentes do que ele afirma", admitiu Fauci.

"Não quero comprometê-lo", ou "disputar quem é mais forte", diz ele, apenas "explicar os fatos".

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