INTERNACIONAL

Os estragos do coronavírus comparados a outros vírus mortais

O número de vítimas fatais da pandemia do novo coronavírus está prestes a ultrapassar um milhão, muito mais do que as causadas por outros vírus recentes, mas muito menos do que a terrível "gripe espanhola" de um século atrás

AFP
25/09/2020 às 09:14.
Atualizado em 24/03/2022 às 12:08

O número de vítimas fatais da pandemia do novo coronavírus está prestes a ultrapassar um milhão, muito mais do que as causadas por outros vírus recentes, mas muito menos do que a terrível "gripe espanhola" de um século atrás.

A contagem, que inclui apenas mortes oficialmente registradas, é provisória, uma vez que a pandemia continua. Mas é uma referência para comparar sua devastação com a de outros vírus, atuais e passados.

O número de mortes causadas pelo Sars-Cov-2 (o vírus responsável pela atual covid-19) excede o de epidemias de vírus que surgiram no século XXI.

Em 2009, a epidemia de gripe A (H1N1), chamada de "suína", foi um alerta pandêmico. Oficialmente, causou 18.500 mortes. Esse saldo foi revisado em alta pela revista médica The Lancet, que estimou entre 151.700 e 575.400 mortes.

A epidemia de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) foi causada por um vírus que apareceu na China. Foi o primeiro coronavírus a desencadear pânico global, mas no total causou 774 mortes em 2002-2003.

Os coronavírus são uma ampla família de vírus que podem causar doenças.

O balanço da covid-19 é frequentemente comparado ao da gripe sazonal. "Em todo o mundo, essas epidemias anuais são responsáveis por cerca de 5 milhões de casos graves e entre 290.000 e 650.000 mortes", segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No século XX, duas grandes pandemias de gripe causadas por novos vírus (não sazonais), a pandemia de 1957-58 conhecida como gripe asiática e a gripe de Hong Kong de 1968-70, provocaram aproximadamente um milhão de mortes cada, de acordo com contagens retrospectivas, embora pareçam ter sido esquecidas.

Mas aconteceram em um contexto muito diferente de hoje. A globalização tem causado intensas relações econômicas e as pessoas (e, portanto, os vírus) circulam cada vez mais rápido.

Se voltarmos mais atrás no século XX, a grande gripe de 1918-1919, conhecida como gripe "espanhola" (também causada por um novo vírus) foi uma hecatombe: em três "ondas" causou um total estimado de 50 milhões de mortes, segundo dados publicados no início dos anos 2000.

O número de mortos pelo novo coronavírus já é muito maior do que o temível ebola, cujo aparecimento remonta a 1976.

O último surto da "doença do vírus ebola" matou quase 2.300 pessoas na República Democrática do Congo (RDC) entre agosto de 2018 e o final de junho de 2020. Se somarmos todas as epidemias de ebola ao longo dos últimos 40 anos, o vírus causou cerca de 15.000 mortes, todas elas na África.

E isso porque o ebola tem uma taxa de mortalidade muito maior que a do coronavírus Sars-Cov-2: cerca de 50% dos doentes morrem e em algumas epidemias chega a 90%, segundo a OMS.

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