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Os imponentes diques no Japão, um legado do tsunami de 2011

A cidade japonesa de Taro tinha diques supostamente capazes de sobreviver a quase tudo que o mar arrastasse para a costa, até que o tsunami de 2011 os destruiu por completo

AFP
05/03/2021 às 08:22.
Atualizado em 22/03/2022 às 10:02

A cidade japonesa de Taro tinha diques supostamente capazes de sobreviver a quase tudo que o mar arrastasse para a costa, até que o tsunami de 2011 os destruiu por completo.

Uma década depois do grande maremoto provocado por um dos terremotos mais potentes da história, a lição para muitas cidades costeiras é: construir proteções maiores.

Esta política deixou um legado de cimento ao longo de centenas de quilômetros na costa norte-leste do Japão, com exceção de algumas comunidades que rejeitaram as barreiras ao mar.

Antes de 2011, os habitantes de Taro acreditavam que os muros suportariam qualquer coisa.

"Taro havia construído uma cidade perfeita para prevenir desastres", afirmou à AFP Kumiko Motoda, uma guia local.

A cidade começou a construir diques em 1934, depois que foi arrasada pelos maremotos de 1896 e 1933.

Estas barreiras de 10 metros de altura, de 2,4 quilômetros de extensão, conhecidas como "A Grande Muralha", tinham 44 saídas de evacuação e eram equipadas com painéis solares para manter as luzes acesas.

As estradas de evacuação eram sinalizadas e os moradores tinham quase 10 minutos para chegar em uma área segura, explica Motoda.

Mas os 16 metros de altura da onda de 11 de março de 2011 passou por cima dos diques e os destruiu, ao mesmo tempo que arrastou casas e veículos.

Em Taro, 140 residentes morreram e 41 são considerados desparecidos.

Depois do desastre, o governo do Japão pediu às regiões costeiras que contemplassem a construção ou reconstrução dos muros, para os quais destinou 1,3 trilhão de ienes (12 bilhões de dólares).

No total, o país tem 430 quilômetros de barreiras, 80% concluídos.

As estruturas modificaram a paisagem da costa, impedindo a observação do mar em alguns trechos.

Em Taro, as muralhas medem 14,7 metros de altura e dois quilômetros de comprimento.

Para observar o mar, os moradores precisam subir uma escada que parece seguir diretamente ao céu.

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