INTERNACIONAL

Os prêmios Nobel em um ano marcado por pandemia

Organizações de defesa da liberdade de imprensa e a ativista ambiental sueca Greta Thunberg concorrem ao Prêmio Nobel da Paz, uma semana antes do anúncio dos vencedores desta edição, marcada pela pandemia da covid-19

AFP
01/10/2020 às 10:04.
Atualizado em 24/03/2022 às 11:20

Organizações de defesa da liberdade de imprensa e a ativista ambiental sueca Greta Thunberg concorrem ao Prêmio Nobel da Paz, uma semana antes do anúncio dos vencedores desta edição, marcada pela pandemia da covid-19.

Os prêmios Nobel de Literatura e da Paz, a serem anunciados nos dias 8 e 9 de outubro, respectivamente, tendem a atrair o maior interesse do público, já que às vezes são concedidos a indivíduos e a organizações conhecidos.

Por outro lado, os de Medicina, Física, Química e Economia tendem a sair para equipes de pesquisa com décadas de trabalho, longe dos holofotes, ou para verdadeiras eminências na sua área que habitualmente não são conhecidas do público em geral.

Este ano, o novo coronavírus deu à ciência um papel protagonista.

"A pandemia é uma grande crise para a Humanidade, mas ilustra a importância da ciência", disse o diretor da Fundação Nobel, Lars Heikensten.

Não se espera que nenhum trabalho diretamente relacionado ao vírus seja premiado nesta edição, já que a verificação de uma pesquisa ganhadora do Nobel costuma levar anos.

A pandemia pode, no entanto, influenciar os comitês que selecionam os laureados.

"Por enquanto, a pandemia nos mudou como seres pensantes", disse à AFP Bjorn Wiman, editor de Cultura do maior jornal da Suécia, o "Dagens Nyheter".

Para a Academia Sueca, que concede o Prêmio Nobel de Literatura, "está claro que a pandemia afetará de alguma forma as reflexões dos membros do comitê do Nobel. Eles também são pessoas".

"Talvez algumas coisas pareçam mais importantes para nós agora do que há seis meses", apontou Wiman.

Enquanto isso, especialistas do Prêmio Nobel da Paz destacaram a falta de favoritos este ano.

"Não há avanços reais para a paz, ou acordos de paz", disse à AFP Dan Smith, diretor do International Peace Research Institute (SIPRI), com sede em Estocolmo.

O historiador especializado no Nobel Asle Sveen disse que a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) era sua favorita para o prêmio, uma opção também considerada pelo diretor do Instituto de Pesquisas para a Paz de Oslo (PRIO), Henrik Urdal, que também mencionou o Comitê de Proteção de Jornalistas.

"Durante os conflitos, é extremamente importante que os jornalistas contribuam fornecendo informações sobre o que está acontecendo, tanto para responsabilizar as partes envolvidas no conflito por suas ações quanto para informar o mundo exterior", explicou Urdal à AFP.

Smith e Sveen também mencionaram Greta Thunberg, que exortou os líderes mundiais a "ouvirem a ciência" para enfrentar a mudança climática, como uma possível vencedora junto com outros ativistas.

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