INTERNACIONAL

Países nórdicos limitam danos econômicos da covid-19 com ajuda do Estado

Se a covid-19 desferiu um duro golpe na maioria das economias europeias no segundo trimestre, os países nórdicos conseguiram limitar os danos, especialmente graças a seu modelo de Estado de Bem-Estar

AFP
04/09/2020 às 08:26.
Atualizado em 25/03/2022 às 08:47

Se a covid-19 desferiu um duro golpe na maioria das economias europeias no segundo trimestre, os países nórdicos conseguiram limitar os danos, especialmente graças a seu modelo de Estado de Bem-Estar.

Markus Larsson confirma: "Teríamos tido de demitir mais de 20 pessoas, talvez", sem a ajuda do governo.

Liderando uma rede de padarias e de confeitarias na região de Linkoping, no sul da Suécia, este empresário agradece ao setor público por ajudá-lo a se manter respirando.

O desemprego parcial assumido pelo Estado, bem como a redução dos aluguéis e dos encargos sociais, permitiu-lhe limitar o número de demissões durante a crise da saúde para cerca de 20 pessoas de um quadro de 100 funcionários.

A Suécia ganhou as manchetes ao se recusar, ao contrário de outros países, a confinar sua população, ao preço de uma mortalidade muito maior do que seus vizinhos nórdicos.

Na área econômica, o governo anunciou medidas de apoio às empresas até 28 bilhões de euros (cerca de US$ 33 bilhões) em meados de março.

Na Suécia, como em outros países nórdicos, "a resposta política para neutralizar os efeitos econômicos da pandemia foi rápida, importante e bem concebida", disse à AFP Robert Bergqvist, analista do banco SEB.

Já Noruega, Finlândia e Dinamarca adotaram regimes de semiconfinamento. Embora as escolas tenham fechado, lojas e outros negócios em geral permaneceram abertos.

Na Finlândia, "conseguimos controlar o vírus rapidamente com um confinamento relativamente modesto, sem ter que fechar toda economia, ou todas as lojas, ou fábricas", comenta o economista Jukka Appelqvist, do Danske Bank.

Como em outras partes do mundo, os governos nórdicos abriram a carteira, facilitaram o desemprego parcial e aceitaram o adiamento dos tributos. A receita parece ter funcionado melhor nesta parte da Europa.

Se Noruega, Finlândia, Suécia e Dinamarca registraram contrações econômicas no segundo trimestre muitas vezes descritas como "históricas", a queda observada por seus institutos nacionais de estatística se manteve entre -6,3 e -8,2% interanual.

Em comparação, a zona do euro - da qual apenas a Finlândia faz parte - viu seu PIB despencar 15% ano a ano, principalmente como resultado do colapso na França, Itália e Espanha.

Por que tanta diferença?

Um Estado de Bem-Estar forte, finanças públicas sólidas, um alto grau de digitalização que facilita o trabalho remoto e uma grande proporção de empregos no setor público são alguns dos atributos que permitiram aos países nórdicos, com baixa densidade populacional, limitar os danos, segundo economistas.

Tranquilizados pela rede de contenção existente já antes da crise, ou por alguma segurança no emprego, as famílias mantiveram a confiança e continuaram a consumir.

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