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Palestra aborda leis e protocolo demorte encefálica

O médico neurologista Luiz Antônio da Costa Sardinha aborda os critérios do diagnóstico de morte encefálica

Da Redação
10/08/2023 às 06:19.
Atualizado em 10/08/2023 às 06:19
Pela primeira vez na Unimed Piracicaba, Sardinha revela que esta é uma oportunidade para treinar médicos e enfermeiros sobre os procedimentos legais obrigatórios para o diagnóstico de morte encefálica e de como fazer a abordagem adequada com a família nesses casos (Divulgação)

Pela primeira vez na Unimed Piracicaba, Sardinha revela que esta é uma oportunidade para treinar médicos e enfermeiros sobre os procedimentos legais obrigatórios para o diagnóstico de morte encefálica e de como fazer a abordagem adequada com a família nesses casos (Divulgação)

Critérios do diagnóstico de morte encefálica serão abordados pela Unimed Piracicaba hoje (10/8), das 19h às 21h30, no auditório do Centro Administrativo da Cooperativa, em uma palestra para médicos e equipe multidisciplinar que atuam no complexo hospitalar da Instituição. O encontro será conduzido pelo médico neurologista Luiz Antônio da Costa Sardinha, membro da Câmara Técnica de Neurologia e Doação de Órgãos do CFM e coordenador da Organização de Procura de Órgãos e Tecidos do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (OPO-Unicamp).

“É sempre importante abrir discussões que envolvam doação de órgãos para que as pessoas conversem mais sobre este tema. Afinal, quem ganha com isso é a sociedade. Manter nossas equipes alinhadas faz toda a diferença”, disse Carlos Joussef, presidente da operadora de planos de saúde.
Pela primeira vez na Unimed Piracicaba, Sardinha revela que esta é uma oportunidade para treinar médicos e enfermeiros sobre os procedimentos legais obrigatórios para o diagnóstico de morte encefálica e de como fazer a abordagem adequada com a família nesses casos.

Outra questão discutida será a necessidade de neuroimagem para abrir protocolo de morte encefálica, já que a Resolução nº 2173/2017, do Conselho Federal de Medicina, diz que o diagnóstico da lesão causadora do coma deve ser estabelecido pela avaliação clínica e confirmada por exames de neuroimagem ou por outros métodos diagnósticos. “A neuroimagem é fundamental”, completou o especialista. 

Segundo o médico, o CFM insiste na importância da neuroimagem porque o Brasil é um país com desigualdade de acesso às tecnologias e, de acordo com a Resolução, não basta inferir, é preciso demonstrar que há uma lesão irreversível no sistema nervoso central.

Sardinha relata, ainda, a dificuldade de fechar o protocolo de morte encefálica em crianças com menos de um ano de idade, porque, na maioria das vezes, há uma atividade elétrica encefálica residual, que pode perdurar por alguns dias. Ele ressalta que, para estes casos, a Resolução oferece a possibilidade de fazer uma cintilografia de perfusão cerebral. Uma recomendação é que a criança tenha, pelo menos, seis horas de normotermia.

“Em pacientes submetidos à hipotermia terapêutica, pedimos o reaquecimento por pelo menos 24 horas antes de abrir o protocolo para não ter nenhuma dúvida”, acrescentou.

Desde 2015, o Hospital Unimed Piracicaba desenvolve o processo de captação e doação de órgãos em parceria com a Central de Captação de Órgãos e Tecidos do Hospital da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). A unidade conta com uma equipe que auxilia neste trâmite, composta por médico neurocirurgião, enfermeiras e apoio do departamento de psicologia para abordagem familiar.

“A doação de órgãos é um ato de amor e cidadania. Porém, a falta de doadores é ainda um grande empecilho para a efetivação de transplantes no Brasil. Por isso, é preciso conscientizar a população para que o número de doações aumente significativamente. Para muitos pacientes, o transplante de órgãos é o único meio de salvar suas vidas”, finalizou Joussef.

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