O mundo se aproximava neste sábado (6) das 400.000 mortes pela pandemia do novo coronavírus, que avança de forma acelerada na América Latina, enquanto os países produtores de petróleo acordaram estender o corte da produção paara reanimar os preços da commodity, derrubados pelas medidas de confinamento
O mundo se aproximava neste sábado (6) das 400.000 mortes pela pandemia do novo coronavírus, que avança de forma acelerada na América Latina, enquanto os países produtores de petróleo acordaram estender o corte da produção paara reanimar os preços da commodity, derrubados pelas medidas de confinamento.
No Brasil, o terceiro país com mais mortes pelo coronavírus no mundo (35.026 até a noite de sexta-feira), o presidente Jair Bolsonaro ameaçou tirar o país da OMS por trabalhar com "viés ideológico", seguindo os passos do colega americano, Donald Trump.
Bolsonaro está entre os que argumentam que os danos à economia pelo confinamento são mais sérios do que os causados pelo vírus, em um momento em que a indústria petroleira foi particularmente atingida.
A Organização de Países Exportadores do Petróleo e seus aliados (Opep+) decidiram neste sábado estender a julho os cortes atuais de produção com o objetivo de estimular os preços do petróleo, duramente atingidos pela queda da demanda durante o confinamento.
Da África aos Estados Unidos, passando por Europa e Ásia, os governos procuram reviver economias devastadas por semanas de restrições para conter o avanço do vírus, que contagiou mais de 6,8 milhões de pessoas e matou mais de 397.000 no mundo desde que surgiu na China no fim de dezembro.
Os países europeus, entre os mais afetados, estão reativando consistentemente setores de suas economias e reabrindo fronteiras diante da desaceleração das taxas de infecção, enquanto a América Latina, especialmente o Brasil é, há algumas semanas, o epicentro do novo coronavírus.
Enquanto isso, a descoberta de um tratamento para a COVID-19 ainda parece muito longínqua.
Até o momento, a América Latina soma mais de 1,2 milhão de casos e supera as 62.000 mortes, mais da metade no Brasil, onde Bolsonaro se recusou a aplicar medidas de confinamento em nível nacional e enfrentou governadores e prefeitos que as adotaram.
Bolsonaro ameaçou na sexta-feira retirar o Brasil da Organização Mundial da Saúde (OMS), que suspendeu os ensaios clínicos para o uso da hidroxicloroquina no combate ao coronavírus, que ele defende.
"E adianto aqui, os Estados Unidos saíram da OMS, e a gente estuda, no futuro: ou a OMS trabalha sem viés ideológico, ou vamos estar fora também. Não precisamos de ninguém de lá de fora para dar palpite na saúde aqui dentro", declarou Bolsonaro à imprensa, em Brasília.
O Brasil, com 211 milhões de habitantes, tinha até a noite de sexta-feira 645.771 casos.
Autoridades de saúde acusaram neste sábado o governo de "invisibilizar" os mortos pela COVID-19, depois que um secretário nomeado pelo Ministério da Saúde questionou a contagem de óbitos na pandemia. E o último balanço oficial tinha apenas os casos registrados nas últimas 24 horas e não mais o acumulado.
A situação do país também ameaça os vizinhos (Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guana e Suriname).
O México, com 127 milhões de habitantes, registrava até a sexta-feira 13.170 mortes e 110.026 contágios; um pico de propagação e mortalidade que não impediu o governo a iniciar uma reabertura econômica e social.