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Pandemia disparou interesse por robôs de companhia

A pandemia agravou o isolamento e a solidão dos idosos, reacendendo o interesse pelos robôs de companhia, mas os fabricantes tentam moderar as expectativas daqueles que buscam humanoides com rodas e brinquedos de pelúcia animados cada vez mais interativos

AFP
12/01/2021 às 15:11.
Atualizado em 23/03/2022 às 22:55

A pandemia agravou o isolamento e a solidão dos idosos, reacendendo o interesse pelos robôs de companhia, mas os fabricantes tentam moderar as expectativas daqueles que buscam humanoides com rodas e brinquedos de pelúcia animados cada vez mais interativos.

"A pandemia foi um acelerador para nós, é quase nossa razão de ser hoje!", afirma Antoine Bataille, criador do Cutii, um robô móvel com tela, apresentado pela segunda vez no Consumer Electronics Show (CES) de Las Vegas - o grande evento de eletrônica e tecnologia que começou na segunda-feira em formato virtual.

O Cutii permite aos usuários participar de atividades à distância (jogos, aulas de ginástica, etc) e falar com seus entes queridos por videoconferência, acessada por comando de voz.

Pode ser atualizado de forma remota e equipado com funções de assistência ou segurança, alertando em caso de algum problema.

A empresa lançou seus robôs na França em 2020 em cerca de trinta casas de repouso para idosos. Os Cutii estavam destinados à venda para particulares, mas o confinamento mudou os planos.

"Administramos o isolamento no coletivo", diz o chefe da start-up francesa, que busca sócios para conquistar o mercado americano. "Nunca imaginaríamos isso".

A empresa agora compreende melhor as necessidades dos acompanhantes que trabalham nos lares de idosos. O Cutii pode distrai-los enquanto são asseados, por exemplo, facilitando o trabalho da equipe.

Os especialistas em robótica de hoje são capazes de realizar proezas: os robôs articulados da Boston Dynamics estão causando sensação no YouTube com sua coreografia, enquanto pesquisadores da Universidade de Cornell trabalham em robôs microscópicos, capazes de examinar o corpo humano por dentro, movendo-se por tecidos e vasos sanguíneos.

No entanto, os robôs de companhia devem superar obstáculos mais psicológicos do que tecnológicos.

"Quanto mais dependentes as pessoas são ou mais dificuldades possuem, mais o apreciam", aponta Bataille. "As pessoas com Alzheimer aceitam muito bem o robô. Aqueles que estão mais alerta tem menos interesse".

Esta experiência em grande escala fez com que o Cutii evoluísse para satisfazer mais as necessidades.

"Tudo é possível", explica o fundador do Cutii. "Mas o essencial é poder se comunicar com a família, realizar atividades que os aproximem de outras pessoas".

Em tempos de seres humanos com máscaras e distanciados, os robôs são vistos paradoxalmente como uma forma de fazer com que certas interações sejam mais calorosas.

"É mais agradável do que um tablet", disse Tim Enwall, diretor do Misty Robotics, um robô programável que pode ser recepcionista, acompanhante ou assistente da casa.

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