INTERNACIONAL

Pandemia do novo coronavírus avança em um mundo cada vez mais confinado

A lista de países que decidem confinar seus cidadãos cresce a cada dia, o último deles foi o Reino Unido nesta segunda-feira (23), mas apesar de haver mais de 1,8 bilhão de pessoas no mundo submetidas a uma gigantesca quarentena, a pandemia do coronavírus continua matando e avançando

AFP
23/03/2020 às 22:49.
Atualizado em 04/04/2022 às 22:01

A lista de países que decidem confinar seus cidadãos cresce a cada dia, o último deles foi o Reino Unido nesta segunda-feira (23), mas apesar de haver mais de 1,8 bilhão de pessoas no mundo submetidas a uma gigantesca quarentena, a pandemia do coronavírus continua matando e avançando.

"A partir desta noite, devo dar aos britânicos uma instrução muito simples: devem ficar em casa", anunciou nesta segunda o primeiro-ministro, Boris Johnson, confinando o país por pelo menos três semanas para tentar conter o novo coronavírus, após 335 mortes e 6.650 casos confirmados, embora os possíveis infectados se estimem em pelo menos 55.000.

A pandemia "acelera" mas é possível "mudar sua trajetória", disse nesta segunda o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pedindo mais exames de diagnóstico e mais quarentenas para contê-la.

O novo coronavírus provocou mais de 16 mil mortes no mundo desde que surgiu em dezembro passado na China, mais de 10 mil delas na Europa, segundo cálculos feitos pela AFP com base em números oficiais.

Além disso, mais de 360 mil pessoas foram infectadas, segundo os casos diagnosticados, embora a cifra real seja, sem dúvida, muito mais elevada.

A pandemia não respeita fronteiras. Do outro lado do Atlântico, o balanço aumentou tragicamente nas últimas horas nos Estados Unidos e é grande a preocupação em Nova York.

"Avança tão rápido...", pensava em voz alta o prefeito da cidade, Bill de Blasio, que pediu urgentemente "centenares de respiradores" e "milhões de máscaras" para salvar as vidas de pessoas que têm saúde mais delicada.

Nova York tem até agora 12.300 casos diagnosticados e 99 mortos. Está longe dos 6.000 mortos registrados na Itália, um espelho no qual ninguém quer se refletir, mas poderia "se aproximar" daquela realidade, segundo as autoridades sanitárias americanas.

Na Itália foram registrados 600 mortos nas últimas 24 horas, um balanço desolador, mas inferior aos registrados no sábado e no domingo. O país se agarra a estes dados e quer acreditar que pode ser o início do recuo da pandemia.

"Ainda não é o momento de cantar vitória, mas vemos uma luz no fim do túnel", comentou com um sorriso tímido Giulio Gallera, encarregado de Saúde do governo regional da Lombardia (norte).

Em Itália, França e outros países do mundo foram decretadas medidas mais estritas para o confinamento da população, com o convencimento de que são o melhor antídoto contra a pandemia.

Quem não respeitar as restrições é punido, multado e em alguns países, preso.

"Chega!", disse o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, nesta segunda, indignado com a falta de civismo de alguns de seus compatriotas.

O mesmo ocorreu na Bolívia, onde as autoridades mostraram-se preocupadas ao ver que os cidadãos continuavam saindo às ruas quase normalmente apesar da quarentena decretada.

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