INTERNACIONAL

Pandemia ressurge na Europa e multiplicará o número de pobres no mundo

A nova onda de surtos de coronavírus avança de forma preocupante na Europa, tornando necessárias novas restrições contra uma pandemia incontrolável, que não cede na América Latina e que pode mergulhar 100 milhões de pessoas na pobreza extrema no mundo

AFP
21/08/2020 às 10:25.
Atualizado em 25/03/2022 às 15:56

A nova onda de surtos de coronavírus avança de forma preocupante na Europa, tornando necessárias novas restrições contra uma pandemia incontrolável, que não cede na América Latina e que pode mergulhar 100 milhões de pessoas na pobreza extrema no mundo.

Desde que a doença surgiu, em dezembro passado, na China, já causou pelo menos 793.847 mortes no mundo e infectou cerca de 22,7 milhões de pessoas, segundo balanço da AFP desta sexta-feira com base em fontes oficiais.

Quase um terço das mortes se deu na América Latina (252.233 óbitos), onde a pandemia acentua a pobreza, ameaçando apagar uma década de lento avanço social.

Milhares de famílias enfrentam o dilema de sair para trabalhar e, assim, poder se alimentar, ou ficar em casa pra evitar o contágio. No pior dos casos, são incapazes de evitar a fome e as doenças.

"Por causa dessa pandemia fiquei desempregada. Tem dia que até pulamos uma refeição porque a situação é difícil", diz Milena Maia, que mora em Heliópolis, uma das maiores favelas de São Paulo.

Depois dos Estados Unidos (174.290 mortes, 5.575.386 infecções), os países com mais vítimas fatais no mundo são Brasil, com 112.304, México (59.106), Índia (54.849 mortes) e Reino Unido (41.403 mortes).

A América Latina representa 9% da população mundial e registrou 40% das mortes globais nos últimos dois meses.

Isso "nos dá uma ideia do grande impacto que tem tido", disse à AFP Luis Felipe López-Calva, diretor para a América Latina do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que prevê um retrocesso "de até 10 anos nos níveis de pobreza multidimensionais", na ausência de políticas eficazes.

Somente na região, segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), a pandemia colocará 45 milhões de pessoas na pobreza, elevando o total para 231 milhões, 37,3% da população latino-americana.

E em todo o mundo pode levar 100 milhões de pessoas à pobreza extrema, mais do que o estimado anteriormente, disse o presidente do Banco Mundial, David Malpass, à AFP.

Na Europa, os números de novos casos em 24 horas publicados na quinta-feira na França, Itália, Alemanha e Espanha são preocupantes e mostram uma retomada da pandemia, em grande parte devido às viagens durante as férias de verão.

Na Espanha, 7.039 novos casos foram registrados em 24 horas na quinta-feira. Na França, 4.771, um aumento sem precedentes desde maio. Na Itália, 845 infecções, enquanto na Alemanha 1.707 novas infecções foram detectadas.

"As coisas não vão bem", disse Fernando Simón, encarregado de acompanhar a evolução da epidemia na Espanha.

Berlim, que está em alerta para uma ameaça crescente de segunda onda, declarou zonas de risco quase toda a Espanha e parte da costa turística da Croácia - destinos populares para turistas alemães - e impôs testes e quarentenas na volta.

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