A tecnologia vai salvar o mundo de uma segunda onda de coronavírus? Esta é a esperança de muitos países, que adotaram ou desenvolveram aplicativos de rastreamento de contatos para smartphones
A tecnologia vai salvar o mundo de uma segunda onda de coronavírus? Esta é a esperança de muitos países, que adotaram ou desenvolveram aplicativos de rastreamento de contatos para smartphones.
O objetivo é simples: alertar um usuário que um de seus contatos está infectado. Mas o sistema gera debate, tanto por sua eficácia como pela suposta violação da vida privada.
Existem dois métodos distintos: a tecnologia de comunicação "Bluetooth" entre aparelhos eletrônicos próximos ou a geolocalização, que permite obter dados sobre deslocamentos de um indivíduo.
A União Europeia (UE) não recomenda esta última, por considerar que "representaria importantes problemas de segurança e respeito à vida privada".
Esta é uma das críticas feitas ao aplicativo pan-europeu (PEPP-PT), desenvolvido por 130 cientistas de oito países. A princípio, deveria armazenar os dados em um servidor central, mas isto provocou o temor de que os governos poderiam utilizar as informações com fins de vigilância.
Além disso, muitos apontam que é complicado evitar Apple e Google, proprietários dos dois grandes sistemas operacionais em vigor (iOS e Android). É necessário que as empresas estabeleçam um acordo para que os celulares dos dois sistemas se comuniquem.
Esta semana, os dois gigantes da tecnologia apresentaram às autoridades de saúde de todo o mundo sua solução para construir um aplicativo de monitoramento de contatos através do Bluetooth. Vinte e dois países de cinco continentes pediram acesso à interface de programação.
O governo apresentou o aplicativo "TraceTogether", que utiliza Bluetooth, em 20 de março, mas apenas 1,5 milhão de pessoas (25% da população) fizeram o download, o que significa que não é eficaz.
As autoridades também utilizam outro sistema, "SafeEntry", que pede às pessoas que utilizem um código QR com informações pessoais quando entram em locais públicos, como os centros comerciais.
Na Europa, cada país adotou iniciativas diferentes.
A França se prepara para lançar o aplicativo por Bluetooth "StopCovid", que poderá ser usado de maneira voluntária.
O país é um dos poucos que decidiu armazenar os dados em um servidor central, o que gerou controvérsia.
O Reino Unido também pretende adotar um sistema centralizado com um aplicativo que ainda está sendo testado.