O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira, 7, que o Brasil, apesar da ansiedade da população em relação às medidas de combate aos efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia, foi mais rápido que outros países também atingidos pela crise, como os Estados Unidos
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira, 7, que o Brasil, apesar da ansiedade da população em relação às medidas de combate aos efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia, foi mais rápido que outros países também atingidos pela crise, como os Estados Unidos. "Apesar da ansiedade, fizemos mais, fizemos antes e entregas (de recursos) foram em tempo apropriado", disse.
Ele citou como exemplo a medida que permite crédito para a folha de pagamentos de empresas pequenas e médias, anunciada há duas semanas.
"Começaremos a ter o operacional de folha de pagamentos ainda nesta semana", afirmou. Segundo ele, a promessa era de que a linha estaria funcionando em 15 dias, mas ela foi viabilizada em dez dias.
Campos Neto também destacou, em coletiva à imprensa, as medidas tomadas pelo BC para aumentar a liquidez disponível aos bancos. No total, foram anunciados até o momento R$ 1,2 trilhão para as instituições financeiras, o equivalente a 16,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Na crise financeira mundial de 2008, as ações na área de liquidez somaram R$ 117 bilhões, ou 3,5% do PIB.
"O que fizemos agora em termos de liquidez para os bancos é muito maior que o feito em 2008", comentou Campos Neto. Ele disse ainda que o Brasil foi o primeiro país emergente a tomar medidas de liquidez. "O Brasil foi rápido e eficiente em relação ao resto do mundo", afirmou. Ele lembrou ainda que, em função da crise, houve forte movimento de saída de recursos de países emergentes como o Brasil, com os investidores em busca de ativos mais seguros.
Campos Neto também voltou a defender, como havia feito no fim de semana, o cumprimento dos contratos neste momento de crise. Na visão do governo, o não cumprimento de contratos - como os de aluguel e os de fornecimento de energia, por exemplo - pode intensificar a crise econômica.
O presidente do BC participou na tarde desta terça de coletiva de imprensa no Palácio do Planalto sobre medidas adotadas pelo governo na pandemia do novo coronavírus.