INTERNACIONAL

Paralisadas pela pandemia, companhias aéreas esperam apoio público

Bloqueadas pela crise do novo coronavírus, as companhias aéreas pedem ajuda pública para sobreviverem ao temporal de uma paralisia de uma magnitude e duração sem precedentes

AFP
16/04/2020 às 11:19.
Atualizado em 31/03/2022 às 03:51

Bloqueadas pela crise do novo coronavírus, as companhias aéreas pedem ajuda pública para sobreviverem ao temporal de uma paralisia de uma magnitude e duração sem precedentes.

Atingidas em cheio pelo fechamento das fronteiras e pelas restrições de circulação, as companhias aéreas do mundo inteiro deixaram sua frota no solo e ativaram medidas de desemprego parcial para milhares de trabalhadores.

No início de abril, o colapso do tráfego mundial alcançou 80% em relação a 2019, embora o setor ainda navegasse em previsões confortáveis, com o dobro de passageiros em 20 anos, a um ritmo de crescimento de entre 3% e 4% ao ano.

No final de março, a Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata) estimava que metade das companhias aéreas poderia ficar sem liquidez em dois, ou três meses.

A organização, que reúne 290 companhias aéreas, reivindica em coro um compromisso financeiro dos Estados para salvá-las da quebra, por meio de nacionalizações, recapitalizações, cancelamentos, ou prorrogações de gastos e impostos, ou garantia de empréstimos.

Alguns países já deram uma resposta positiva, mas "se trata, agora, de agir rapidamente. Precisamos que o dinheiro chegue", alertou esta semana o diretor-geral da Iata, Alexandre de Juniac.

Segundo ele, há 25 milhões de empregos ameaçados no mundo.

A Qatar Airways é a única a voar na contracorrente. Embora esteja garantindo apenas 35% de suas conexões habituais, usou sua frota para repatriar milhares de pessoas bloqueadas em diferentes lugares do mundo.

Em plena pandemia, a companhia quis se mostrar como "salva-vidas" entre a Ásia e a Europa e entre a Ásia e a América, explicou seu diretor de Estratégia, Thierry Antinori.

Uma manobra que, em um contexto de tensão com seus vizinho do Golfo, serve para "marcar pontos diplomáticos", avalia o pesquisador e especialista em Oriente Médio Andreas Krieg, da King"s College, de Londres.

Ainda assim, a Qatar Airwaays tampouco está livre das dificuldades econômicas. A empresa já anunciou que precisará de ajuda do Estado em 2020, após vários anos de perdas ligadas ao boicote regional.

Ontem, os executivos da britânica EasyJet disseram que a companhia consegue resistir "a uma paralisação da atividade" de até nove meses, graças a ações tomadas no passado para fortalecer suas finanças. Entre elas, a redução de custos e uma importante injeção de financiamento público da ordem de 2 bilhões de libras (ou 2,29 bilhões de euros).

Nos Estados Unidos, após dias de duras negociações, o governo Trump e as companhias aéreas americanas chegaram a um acordo de princípio na terça-feira sobre um plano de resgate de um setor responsável por mais de 75.000 empregos diretos no país. Os termos do acordo não foram revelados.

Na quarta-feira, o ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, prometeu que a decisão sobre o apoio à Air France é uma "questão de dias".

Na Alemanha, o CEO da Lufthansa, Carsten Spohr, pediu a ajuda do governo e alertou que o grupo perde, hoje, um milhão de euros "por hora".

Emirados Árabes Unidos, Colômbia, Singapura, Austrália, China, Nova Zelândia, Noruega, Suécia e Dinamarca responderam positivamente ao apelo de auxílio às companhias, segundo a Iata.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por