O Parlamento Europeu não fará nenhuma concessão para satisfazer a Hungria ou a Polônia e, assim, suspender o veto à aprovação do orçamento plurianual da União Europeia e do plano de recuperação econômica pós-pandemia, anunciaram os líderes legislativos
O Parlamento Europeu não fará nenhuma concessão para satisfazer a Hungria ou a Polônia e, assim, suspender o veto à aprovação do orçamento plurianual da União Europeia e do plano de recuperação econômica pós-pandemia, anunciaram os líderes legislativos.
"Não haverá concessão da nossa parte", afirmaram o presidente do Parlamento, David Sassoli, e os líderes dos blocos políticos ao final de uma reunião em que foi discutido o bloqueio dos húngaros e poloneses, que acabou recebendo apoio também da Eslovênia.
A Hungria e a Polônia vetaram a aprovação dos dois pacotes financeiros, com valor total equivalente a cerca de dois trilhões de dólares. O motivo é a oposição à condicionalidade lançada pelo Parlamento sobre a qualidade democrática de cada país para acessar fundos da UE.
"Os dirigentes do Parlamento Europeu lamentam profundamente este bloqueio e reafirmam que os acordos fechados tanto sobre o orçamento plurianual quanto sobre a vinculação ao estado de direito não podem ser reabertos", disseram os parlamentares em nota.
O bloqueio à aprovação do orçamento plurianual e, especialmente, ao ambicioso pacote de apoio à recuperação econômica pós-pandemia, lançou a UE numa evidente crise política.
Nesta quarta-feira, o comissário europeu para a Economia, Paolo Gentiloni, e o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, fizeram um dramático apelo a todos os governos para apoiarem os dois pacotes.
Enquanto isso, governantes da Hungria e da Polônia defenderam a decisão de exercer o veto. O primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki disse ao parlamento de seu país que sua posição é um desafio à "oligarquia" de Bruxelas.
ahg/mb/ic/mvv