INTERNACIONAL

Partidos de oposição no Haiti nomeiam líder de transição em meio à crise política

A luta pela presidência do Haiti se intensificou nesta segunda-feira (8), quando políticos da oposição nomearam seu próprio líder para substituir o presidente Jovenel Moise, a quem desejam tirar do cargo, alegando que seu mandato expirou

AFP
09/02/2021 às 11:11.
Atualizado em 23/03/2022 às 20:43

A luta pela presidência do Haiti se intensificou nesta segunda-feira (8), quando políticos da oposição nomearam seu próprio líder para substituir o presidente Jovenel Moise, a quem desejam tirar do cargo, alegando que seu mandato expirou.

A escalada da crise política haitiana ocorre um dia depois que funcionários do governo alegaram ter frustrado tentativas de golpe e de assassinato do presidente.

A oposição afirma que o mandato de Moise terminou no domingo, enquanto o presidente - que governa sem apoio desde o ano passado - garante que será presidente até 7 de fevereiro de 2022, causando novos protestos no país que já se encontra em um momento conturbado.

Algumas manifestações que ocorreram no fim de semana tiveram confrontos com a polícia, mas os moradores de Porto Príncipe, a capital, se refugiaram em suas casas, cansados da crise e das incertezas políticas, assim como do crime e do ressurgimento dos sequestros no país.

No ocorrido, a polícia prendeu 23 pessoas em uma residência da capital Porto Príncipe, onde foram encontradas seis armas de fogo e vários facões.

Em uma mensagem de vídeo, o juiz Joseph Mécène Jean-Louis, 72 anos, membro do Tribunal de Cassação desde 2011, leu um breve discurso no qual afirmou que aceita "a escolha da oposição e da sociedade civil para poder servir ao país como presidente interino da transição".

Os Estados Unidos aceitam o posicionamento de Moise de que seu mandato termina em um ano. E o presidente haitiano parece manter a liderança da nação caribenha, devastada por uma longa história de ditadura, instabilidade política e profunda pobreza acentuada por catástrofes naturais.

Enquanto isso, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e sua missão no Haiti acompanham a situação "com preocupação", segundo o porta-voz Stéphane Dujarric, que acrescentou ser "muito importante que todas as partes envolvidas lidem com suas diferenças por meios pacíficos".

Sobre o mandato de Moise, Dujarric se limitou a comentar que o presidente haitiano foi eleito em novembro de 2016 e "prestou juramento em fevereiro de 2017 por um mandato de cinco anos".

O ex-senador Youri Latortue afirmou que se espera que o período de transição liderado por Mecene Jean-Louis leve algum tempo.

"Há um roteiro de dois anos, com o estabelecimento de uma conferência nacional, a redação de uma nova Constituição e a realização de eleições", ressaltou.

A oposição também rejeita a alegação de que Moise foi alvo de uma tentativa de golpe, lembrando que legalmente ele não é mais o presidente.

"Estamos esperando que Jovenel Moïse abandone o palácio nacional para poder proceder a posse de Mécene Jean-Louis", declarou à AFP o líder opositor André Michel.

A divergência sobre a data surgiu porque Moïse foi eleito em uma votação que foi anulada por fraude e venceu uma nova eleição um ano depois.

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