INTERNACIONAL

Páscoa através das telas em razão da pandemia de coronavírus

Católicos e protestantes celebram este fim de semana sua festa mais importante, a Páscoa, em frente a televisões, tablets e computadores, após o cancelamento das missas e procissões tradicionais em grande parte do mundo pelo novo coronavírus

AFP
10/04/2020 às 08:18.
Atualizado em 31/03/2022 às 04:14

Católicos e protestantes celebram este fim de semana sua festa mais importante, a Páscoa, em frente a televisões, tablets e computadores, após o cancelamento das missas e procissões tradicionais em grande parte do mundo pelo novo coronavírus.

O contraste será avassalador entre a imagem desta Sexta-feira Santa, com o papa Francisco na Praça de São Pedro quase deserta e sem fieis, e a celebração maciça do ano passado.

Na Sexta-Feira da Paixão do ano passado, o pontífice assistiu em silêncio, com 20.000 católicos, uma Via Crucis noturna em torno do anfiteatro romano do Coliseu, todo iluminado, como acontece todos os anos desde 1964.

Esta ano, os cristãos, assim como metade da Humanidade, estão confinados, enquanto o coronavírus já causou quase 100.000 mortes no mundo.

Esta noite, sob a luz das tochas, o chefe espiritual de 1,3 bilhão de católicos, que tanto aprecia o contato com a multidão, verá como dois grupos de cinco pessoas na enorme Praça de São Pedro revivem a Via Crucis, o Calvário de Jesus, de sua sentença à sua crucificação e morte. As imagens serão transmitidas pela internet e televisão.

Um grupo será formado por detentos de uma prisão de Pádua, cidade do Veneto, região do nordeste da Itália onde mais de 750 pessoas morreram. O outro será composto por médicos e enfermeiros, que lutam na linha de frente contra a pandemia.

"As expressões de piedade e as procissões", como a Via Crucis, podem ser suspensas, havia especificado no final de março um "decreto em tempos de COVID-19", emitido pela Santa Sé.

As orações agora são feitas em família, e os fiéis são privados da comunhão, batismo e até funerais em muitos países.

É praticamente um "retorno aos primeiros dias do cristianismo", que era vivido discretamente na esfera privada, lembram os historiadores.

Para os rigoristas da liturgia, o papa respondeu que a Igreja não deveria se "trancar nas instituições".

"Não é fácil permanecer confinado em casa", admitiu o papa, e recomendou "diminuir um certo ritmo de consumo e produção" e "reconectar-se ao ambiente real".

Francisco também quis prestar homenagem aos "santos da porta ao lado": "os médicos, os voluntários, os religiosos, os trabalhadores que realizam suas tarefas para que a sociedade funcione".

Enquanto isso, em todo o mundo, o clero aplica o distanciamento social. No Panamá, no Domingo de Ramos, um arcebispo abençoou a população de um helicóptero.

Na Espanha, que como a Itália é um dos países mais atingidos pelo vírus, a população renunciou às famosas procissões das confrarias, uma tradição popular que remonta ao século XVI neste país.

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