Pedreira: caos persiste; derrubada de blocos

As ruas principais do bairro Jupiá estão passando por um período de trânsito intenso, por terem se tornado trajetórias alternativas à avenida Jaime Pereira, interditada no final do ano passado na altura da pedreira, que corre risco de desmoronamento. Nos horários de rush, praticamente quadruplicou o número de veículos na rua Angelino Stella, por onde precisam passar muitos carros, caminhões e ônibus da região norte com destino ao centro da cidade e às estradas da região. 

A complicação tem mão dupla. Começa na rotatória da avenida dos Marins (ao lado do Carrefour) e se complica na rotatória da rua dos Peixes com Lambaris, no sentido contrário, todas visando a Angelino Stella, onde somente na tarde de segunda-feira (6) ocorreram três acidentes envolvendo motociclistas.

"Não há nenhum agente de trânsito para ajudar na orientação do fluxo e as rotatórias se tornam um caos só", conta Jefferson Brito, dono da Casa de Carnes Brito, que fica no final da Angelino Stella. 

Segundo ele, bem próximo da rotatória da rua do Peixe com Lambaris, o fluxo perigoso de veículos começa logo à 6h30 e vai até as 8h. Volta às 16h e vai até 18h. "Mas durante o dia o movimento também é intenso. Tanto que os moradores dos arredores têm dificuldades até para sair com o carro da garagem. Ou ainda, atravessar a rua. O movimento em minha loja caiu 30%, porque não dá para parar carro aqui nos horários em que eu era acostumado a vender bem", conta.

Os buracos também crescem a olhos vistos e o asfalto sob pressão acima de sua capacidde de resistência, devido aos veículos de grande porte, acaba sendo arrastado para a lateral, criando elevados irregulares e perigosos próximo às calçadas. Em proporções não muito diferente ao que ocorre na Angelino Stella, todas as ruas laterais a ela também estão sendo impactadas. 

Mesmo com o trânsito impedido, muitos carros entram na avenida Jaime Pereira e chegam até a altura da pedreira para confirmar se a pista está mesmo bloqueada ou não. Mas são obrigados a voltar e seguir o martírio de passar pelo Jupiá, subindo a rua dos Dourados e enfrentando a rotatória principal de dentro do bairro, na confluência das ruas Lambaris com Peixes.

Na tarde de ontem, havia uma equipe pequena de profissionais da Semozel fazendo operação tapa-buracos na avenida Marins, mas o ritmo era inadequado para tantos problemas na região.

Prefeitura

De acordo com a prefeitura, o prefeito Luciano Almeida se reuniu ontem (7) com secretários para analisar as primeiras intervenções na pedreira do Bongue.

"Até o momento já foram executados os cortes de 40 árvores no topo da pedreira, que estavam em área de risco; a medida foi necessária justamente porque essas árvores davam indícios de que poderiam cair a qualquer momento e precisaram ser retiradas para prevenir novos desagregamentos de blocos de rocha". Ficou definido também que a Semozel vai executar serviços de drenagem na rua Aracaju, "para evitar que a água das chuvas transcorra por entre a pedreira, o que pode resultar no desprendimento de rochas". 

Também, segundo a prefeitura, será firmado um contrato emergencial para contratação de empresa especializada que vai realizar a derrubada de nove blocos que já estão condenados.

"A contratação da empresa deve ser oficializada até o fim dessa semana, para que o início dos serviços ocorra na sequência. A expectativa é de que essa execução seja finalizada dentro do prazo de 30 dias. Após a conclusão dos serviços, será feita uma nova análise da pedreira para liberar o trânsito com segurança na avenida Jaime Pereira, que está interditada totalmente, de forma preventiva, desde 27/12/2022", concluiu a nota.