INTERNACIONAL

Pequena redução nos incêndios na Amazônia em agosto

Os incêndios na Amazônia diminuíram 5% em agosto em relação ao mesmo mês de 2019, quando bateram recorde em nove anos, segundo dados oficiais divulgados nesta terça-feira, que também revelaram uma impressionante multiplicação dos incêndios no Pantanal

AFP
01/09/2020 às 13:37.
Atualizado em 25/03/2022 às 09:18

Os incêndios na Amazônia diminuíram 5% em agosto em relação ao mesmo mês de 2019, quando bateram recorde em nove anos, segundo dados oficiais divulgados nesta terça-feira, que também revelaram uma impressionante multiplicação dos incêndios no Pantanal.

Com 29.307 focos na floresta amazônica, 2020 foi o segundo pior agosto da década, atrás de 2019, quando foram identificados 30,9 mil focos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

O número, no entanto, pode ter sido afetado por uma falha em 16 de agosto em um dos satélites de observação, segundo o relatório.

Esse número superou a média histórica de 26.082 focos nesse mês, apesar de o governo do presidente Jair Bolsonaro ter enviado as Forças Armadas em maio para combater crimes ambientais e em julho ter proibido as queimadas para fins agropecuários na região por 120 dias.

"Os dados confirmam o fracasso da operação custosa e mal planejada das Forças Armadas instituída na Amazônia pelo governo Bolsonaro para substituir um plano de combate ao desmatamento", reagiu, em nota, a organização Observatório do Clima.

Bolsonaro é criticado dentro e fora do Brasil por defender a abertura da Amazônia à exploração da mineração, energética e agropecuária.

Os incêndios na Amazônia são consequência do desmatamento, já que não existe combustão espontânea na floresta tropical.

"Os incêndios não ocorrem naturalmente na Amazônia. A prática se tornou ainda mais comum com a falta de vigilância e o desmantelamento de órgãos ambientais promovidos por este governo", disse Rómulo Batista, porta-voz do Greenpeace.

Durante os três meses de atuação das Forças Armadas, foram registrados 39.187 focos de fogo, superando os 38.952 registrados no mesmo trimestre de 2019.

O vice-presidente Hamilton Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia, reiterou em várias ocasiões que "a floresta não está pegando fogo" e afirma que a pressão sobre o governo pela causa ambiental atende a interesses políticos e econômicos.

Em julho, o desmatamento na Amazônia caiu 36% em relação ao recorde de julho de 2019, mas no período de agosto de 2019 a julho de 2020 (ano de referência no calendário de desmatamento), a exploração madeireira atingiu 9.205 km2,34 , 5% a mais que nos doze meses anteriores.

Por outro lado, no Pantanal, santuário de biodiversidade, os incêndios em agosto triplicaram em relação ao mesmo período de 2019, atingindo a segunda pior marca desse mês na série histórica.

Foram 5.935 focos de incêndio neste mês, contra 1.690 em 2019. O número é quatro vezes maior do que a média histórica de agosto (1.399) e é o maior desde 2005, quando foi registrado o número recorde para este mês (5.993).

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