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Peru tem terceiro dia de protestos agrários com bloqueio de estradas

Chegam ao terceiro dia nesta quarta-feira (23) os protestos de trabalhadores rurais no Peru, com bloqueios de estradas e confrontos com a polícia, em meio à incerteza de uma solução imediata do Congresso devido a divergências entre as partes envolvidas

AFP
23/12/2020 às 18:08.
Atualizado em 24/03/2022 às 00:07

Chegam ao terceiro dia nesta quarta-feira (23) os protestos de trabalhadores rurais no Peru, com bloqueios de estradas e confrontos com a polícia, em meio à incerteza de uma solução imediata do Congresso devido a divergências entre as partes envolvidas.

Os trabalhadores exigem uma nova lei trabalhista agrícola que aumente seus ganhos, enquanto o parlamento e os ministros tentam chegar a um acordo que se esquive da demanda desde domingo.

O presidente peruano, Francisco Sagasti, pediu nesta quarta que os legisladores acelerem o ritmo para acabar com os piquetes que paralisaram dezenas de ônibus e caminhões com alimentos, que permanecem parados desde segunda em vários trechos da rodovia nas regiões de Ica e La Libertad.

"Apoiaremos o Congresso, na medida do possível, com todas as informações que precisarem, com todo nosso esforço, e espero que o façam nos próximos dois dias", disse à rádio Exitosa Sagasti, que está no poder há cinco semanas, sobre a lei reivindicada.

Entre os veículos parados estão 20 caminhões-tanque que transportam oxigênio medicinal para hospitais que tratam de pacientes com coronavírus.

Em La Libertad, cerca de 500 km ao norte de Lima, 200 militares do Exército apoiam a polícia desde terça-feira para desbloquear as vias.

A nova lei de promoção agrária pode ser aprovada no fim de semana, durante a sessão plenária do Congresso, informou à AFP a deputada de esquerda Rocío Silva. "Hoje (quarta-feira) não vai ser aprovado, porque o plenário se reunirá no sábado", declarou ela, que apoia as demandas.

Enquanto isso, os protestos continuarão até que os trabalhadores agrícolas obtenham uma lei satisfatória para eles.

"Queremos que o governo encontre uma solução para o problema dos trabalhadores", disse ao canal N Juan Ventura, líder das patrulhas de Virú, na região de La Libertad.

Os trabalhadores exigem que as empresas agroexportadoras aumentem seu salário diário de 11 para 18 dólares por dia, mas isso requer um novo regime de trabalho agrário que só o Congresso pode aprovar.

As manifestações foram retomadas na segunda-feira, depois que o parlamento não aprovou a lei que os trabalhadores vêm exigindo desde o início de dezembro.

O Congresso revogou no dia 4 de dezembro uma lei agrária que os trabalhadores consideravam prejudicial e prometeu uma nova, o que permitiu uma trégua.

O ministro do Interior, José Elice, alertou anteriormente que a polícia atuaria com mais firmeza se a estrada não fosse desbloqueada.

"Neste momento tem que ser, esperamos que assim aconteça. A polícia está agindo com prudência. Não estou dizendo que haverá mais violência, mas procedimentos que permitirão recuperar a área", afirmou Elice ao canal América Notícias.

Nos confrontos da terça-feira, 26 policiais e 11 trabalhadores rurais ficaram feridos. A greve já deixou dois mortos desde que estourou no início do mês.

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