PF vai usar drone para fiscalizar crimes eleitorais

A prática de crimes eleitorais durante a votação, no próximo dia 15 de novembro, será combatida pela Polícia Federal com o uso de drones. A operação será realizada pela primeira vez, de forma simultânea, em todo o país. Mais de 100 aeronaves serão pilotadas remotamente para sobrevoar as principais zonas eleitorais para combater a boca de urna, compra de voto e outros crimes eleitorais. Em Piracicaba, as equipes com policiais federais e com o drone irão atuar em 29 cidades da região. O delegado da Polícia Federal em Piracicaba, Julio Sávio Monfardini, e equipe da delegacia participaram, ontem, do exercício simulado com o uso de drones, no estacionamento da delegacia, no São Dimas. Eles mostraram como o equipamento será usado e como vai acontecer a abordagem dos policiais federais na detenção dos suspeitos. Alguns dos policiais estarão à paisana (disfarçados) entre os eleitores, próximos aos locais da denúncia. "Essa é a primeira vez que agimos de forma preventiva e com uso de drone em uma eleição e é importante a população ter conhecimento que estaremos realizando a fiscalização, mesmo se não recebermos denúncias. Já definimos alguns pontos de votação que serão monitorados", comentou. No caso da denúncia ser realizada, a Polícia Federal investigará se se trata mesmo de um crime eleitoral ou de acusação infundada a um concorrente, o que segundo o delegado acaba acontecendo no processo eleitoral. "O drone nos dará a garantia, pelas imagens, da real ocorrência do crime eleitoral, contribuindo para uma abordagem assertiva dos policiais, reduzindo o número de abordagens desnecessárias, uma vez que estamos em uma pandemia e os cuidados precisam ser tomados", afirmou o delegado. O drone conta com uma câmera de alta definição 4k e, nessa operação, deverá atingir uma altura de 250 metros de distância. O equipamento tem autonomia de voo de 25 a 30 minutos por bateria, e nas eleições, baterias extras serão utilizadas na operação. Pela demonstração simulada, os acusados não vão conseguir perceber que estão sendo filmados em flagrante cometendo o crime. Dois funcionários da PF simularam a distribuição de material de campanha. "A operação se dará com o condutor do drone e os policiais. Ele ficará em um local seguro,operando o drone, enquanto os policiais se misturam às pessoas, próximo ao local da denúncia. Confirmado o crime pelas imagens do drone, acontece a abordagem policial", explicou. Crimes na mira O delegado Julio Sávio Monfardini ressaltou que a PF fiscaliza todos os crimes previstos no código eleitoral durante as eleições. Nessa operação com o drone serão focados o uso de alto-falentes e carros de som, promoção de comício ou carreata, boca de urna, distribuição de santinho, transporte ilegal de eleitores e compra de votos (corrupção de eleitores). Entre as 29 cidades que terão essa fiscalização estão Piracicaba, Limeira, Rio Claro, Araras, Leme, Conchal, Americana, Santa Bárbara, Nova Odessa, Saltinho, Águas de São Pedro e São Pedro. As denúncias de crime eleitoral no dia das eleições podem ser feitas de forma anônima ou identificada, no aplicativo da Justiça Eleitoral ou no site www.tse.jus.br. De acordo com a Polícia Federal, a utilização do drone faz parte do plano nacional estratégico de uso de novas tecnologias para o combate e prevenção de ações criminosas.