A Justiça homologou o Plano de Recuperação Judicial da Rede Metodista de Ensino, o que proporciona, de forma prática, uma nova chance de sobrevivência para a Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). A atenção no momento é conseguir um volume razoável de alunos matriculados para os 23 cursos abertos
Plano de Recuperação Judicial homologado pela Justiça proporciona uma nova chance de sobrevivência para a Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)
A Rede Metodista de Ensino recebeu no sábado (3) uma notícia extremamente relevante para superar o momento crítico pelo qual a instituição está passando: A Justiça homologou seu Plano de Recuperação Judicial, o que proporciona, de forma prática, em Piracicaba, uma nova chance de sobrevivência para a Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep).
Ismael Forte Valentin, reitor da universidade, disse que esta é uma chance que não pode, em hipótese alguma, ser desperdiçada. A notícia de que o campus Santa Bárbara foi arrematado em leilão realizado ontem (6) por R$ 50 milhões, pela Fundação Herminio Ometto, frente a um valor estimado de R$ 63 milhões, reforça a tese de que a recuperação é de fato para valer.
Por isso, toda atenção do momento é conseguir um volume razoável de novos alunos matriculados para os 23 cursos abertos pela Unimep para 2023, cujo vestibular e matrículas já estão em andamento e o processo seletivo pode ser acessado pelo site www.unimep.edu.br.
"Já temos mais de 500 inscritos e estamos trabalhando com os pés no chão, diante de uma realidade que começa a ser reconstruída. Por isso, nesta edição, trabalhamos com a meta de pelo menos 500 novos alunos matriculados para o ano que vem, que vão se somar aos 1.000 alunos que temos hoje", afirma Fortes Valentim.
Empem
No plano da reconstrução, a Escola de Música de Piracicaba (Empem) também passou recentemente por um processo de reestruturação para que a instituição se tornasse de fato uma escola de música.
"Até então a Empem não era mais do que um grande prédio em que os professores alugavam suas salas para dar aulas aos seus alunos. Agora ela está sendo totalmente reformulada para que os alunos sejam de fato da Empem e os professores tenham um contrato adequado, com respaldo jurídico, o que não havia", explica Fortes Valentim.
Segundo o reitor da Unimep, a adequação da Empem para esta nova fase respeitou basicamente a forma de trabalho que era desenvolvida pelos professores de música, que sempre imprimiram qualidade à instituição. "Tanto é que a grande maioria desses professores aceitou o novo contrato e as rematrículas dos alunos estão acontecendo também".
Por outro lado, enquanto o Instituto Educacional Piracicabano (IEP) passa a responder integralmente pela Empem, existem os fatores de equilíbrio, relacionados a custos e salários. "Por exemplo, os professores tiveram uma redução média de 10% nos seus ganhos. Mas a partir de agora toda inadimplência e atrasos das mensalidades são da responsabilidade da Empem, não impactando no repasse mensal a eles. Assim como o projeto pedagógico, que está sendo gradativamente ajustado e ficará sob a responsabilidade da nova escola de música", enfatizou.
Venda e mudança do prédio
Forte Valentim disse que, enquanto o prédio da Empem não for vendido - uma vez que ele compõe os imóveis que lastreiam o Plano de Recuperação Judicial e está colocado à venda -, continuará sendo o endereço da Empem. Mas isso não significa que ele será necessariamente vendido. "A venda de outros prédios da rede pode cobrir as dívidas que constam no Plano de Recuperação Judicial, e, quem sabe, não precisemos dispor dessa unidade. Se isso acontecer, seria o melhor dos mundos, mas isso não está sob o nosso controle".
Ele destacou que, caso a venda seja inevitável, a Empem será incorporada aos espaços do Colégio Piracicabano e do Centro Cultural Martha Watts. "Compondo no coração da cidade um grande centro cultural, bem mais musical".