INTERNACIONAL

Pompeo reforça aliança contra a Venezuela de Maduro em turnê na América do Sul

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, aumentou a pressão sobre a Venezuela nesta sexta-feira (18), em uma viagem relâmpago por países da América do Sul durante a qual defendeu a saída do presidente Nicolás Maduro

AFP
21/09/2020 às 19:07.
Atualizado em 24/03/2022 às 13:06

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, aumentou a pressão sobre a Venezuela nesta sexta-feira (18), em uma viagem relâmpago por países da América do Sul durante a qual defendeu a saída do presidente Nicolás Maduro.

No Brasil, o membro do governo Donald Trump visitou um centro de refugiados em Boa Vista, na fronteira com a Venezuela, destacando a situação de quase cinco milhões de venezuelanos que nos últimos anos foram obrigados a deixar seu país, mergulhado em uma crise econômica, social e política.

"As pessoas com quem falei hoje estão desesperadas para voltar ao seu país", disse Pompeo, referindo-se às reuniões que teve com os venezuelanos no centro de pedidos de asilo.

"Querem o mesmo que qualquer ser humano: dignidade. Querem voltar a uma Venezuela democrática, pacífica e soberana, onde seus filhos possam encontrar trabalho", acrescentou.

Estima-se que 260.000 venezuelanos entraram no Brasil nos últimos anos e 46.000 deles obtiveram o status de refugiado, segundo dados da ONU.

Pompeo acusou Maduro de ser "um líder que destruiu seu próprio país, um homem que causou um desastre de enormes proporções" e o chamou de "traficante de drogas", referindo-se às acusações feitas no início deste ano pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos contra o presidente venezuelano e seu círculo próximo.

"Sabemos que o regime de Maduro dizimou o povo da Venezuela e que o próprio Maduro é acusado de tráfico de drogas. Isso significa que ele tem que ir embora", disse Pompeo pela manhã em Georgetown, capital da Guiana.

Ele também destacou a ajuda de três milhões de dólares que Washington forneceu à Guiana para os cerca de 22.000 venezuelanos abrigados no pequeno país.

A Venezuela, que possui as maiores reservas de petróleo do mundo, viu sua economia encolher a menos da metade sob a presidência de Maduro, sucessor do líder bolivariano Hugo Chávez, que morreu em 2013.

Os Estados Unidos e o Brasil fazem parte dos cinquenta países que consideram ilegítimo seu segundo mandato, iniciado em janeiro de 2019, e reconhecem o opositor Juan Guaidó como presidente interino.

No Brasil, Pompeo se reuniu com o chanceler Ernesto Araújo e outros altos funcionários do governo do presidente Jair Bolsonaro.

Ainda na capital de Roraima, visitou um posto de registro de refugiados da Operação Boas-vindas e um centro de distribuição de alimentos para venezuelanos que vivem em situação delicada.

No local, Pompeo anunciou uma nova ajuda, de 348 milhões de dólares, para os países que recebem venezuelanos, com a qual a contribuição dos Estados Unidos ultrapassa os 1,2 bilhão de dólares.

Em entrevista coletiva conjunta, Pompeo e Araújo reafirmaram seu apoio a Guaidó. Essa postura "não é só apoiar um jovem líder corajoso, é apoiar a Constituição da Venezuela e a autoridade legítima do país", disse Araújo.

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