INTERNACIONAL

Potências ocidentais condenam prisões em Hong Kong e pedem libertação de opositores

Grande parte da comunidade internacional e da ONU criticou, nesta quinta-feira (7), a prisão de 53 opositores pró-democracia em Hong Kong, detidos em nome de uma severa lei de segurança nacional

AFP
07/01/2021 às 08:53.
Atualizado em 23/03/2022 às 19:35

Grande parte da comunidade internacional e da ONU criticou, nesta quinta-feira (7), a prisão de 53 opositores pró-democracia em Hong Kong, detidos em nome de uma severa lei de segurança nacional.

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos pediu a "libertação imediata" dos detidos.

"As prisões de ontem (quarta-feira) são as últimas de uma série de prisões relacionadas ao exercício das liberdades fundamentais, incluindo o direito de reunião pacífica em Hong Kong", disse a porta-voz da organização, Liz Throssell, em uma nota.

As potências ocidentais criticaram esta "severa repressão" e o "terrível ataque" às liberdades, teoricamente garantidas neste território semiautônomo até 2047 pelo princípio "um país, dois sistemas" acordado entre a China e a antiga potência colonial do Reino Unido.

Na madrugada de quarta-feira, mais de mil policiais prenderam 53 personalidades da oposição, incluindo um advogado americano, acusados de "subversão" no âmbito desta lei, em vigor desde o final de junho e que prevê severas penas de prisão, incluindo prisão perpétua.

Nesta quinta-feira, o ativista pró-democracia Joshua Wong, uma das faces mais conhecidas da oposição e que está detido por seu papel nas manifestações de 2019, foi indiciado por outra acusação, a de "subversão".

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, exigiu nesta quinta a libertação "imediata" e "incondicional" dos 53 detidos. E acrescentou que "os Estados Unidos não ficarão de braços cruzados enquanto o povo de Hong Kong sofre a opressão comunista".

Ontem, em Washington, Anthony Blinken, nomeado pelo presidente eleito Joe Biden para chefiar o Departamento de Estado classificou as prisões como um "ataque" aos "direitos universais".

Já o chanceler britânico, Dominic Raab, denunciou uma "grave violação de direitos e liberdades".

A União Europeia lançou um apelo pela "libertação" dos detidos e ameaçou adotar "sanções", enquanto a França criticou a "degradação contínua" da situação na ex-colônia britânica.

A operação de quarta-feira é o mais recente golpe contra a dissidência desde meados de junho, quando o poder central chinês decidiu intervir para acabar com as imensas manifestações pró-democracia que abalaram o território em 2019.

"Isso demonstra muito clara e inequivocamente o controle do governo chinês em Hong Kong", comentou, em conversa com a AFP Dylan Loh, especialista em política chinesa na Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura.

"Não há necessidade de se iludir mais. O governo central é o responsável", acrescentou.

Os detidos são acusados de organizarem eleições primárias da oposição em julho passado, as quais contaram com a participação de cerca de 600.000 pessoas, com o objetivo claro de obter a maioria nas eleições legislativas de setembro de 2020.

Por fim, o governo, que havia proscrito vários candidatos independentes, decidiu adiar as eleições, devido à pandemia do coronavírus.

As primárias ofuscaram o poder central de Pequim, que considerou que se tratava de uma tentativa de "derrubar" e "paralisar" o Executivo da ilha e uma ameaça à segurança nacional.

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