INTERNACIONAL

Presidente do Quirguistão renuncia para tentar acabar com crise

O presidente do Quirguistão, Sooronbai Jeenbekov, anunciou nesta quinta-feira sua renúncia, após 10 dias de turbulências políticas e de manifestações marcadas pela violência, uma consequência das polêmicas eleições legislativas no país

AFP
15/10/2020 às 07:04.
Atualizado em 24/03/2022 às 10:32

O presidente do Quirguistão, Sooronbai Jeenbekov, anunciou nesta quinta-feira sua renúncia, após 10 dias de turbulências políticas e de manifestações marcadas pela violência, uma consequência das polêmicas eleições legislativas no país.

"Não me aferro ao poder, não quero entrar para a História do Quirguistão como o presidente que provocou um derramamento de sangue ao atirar contra seus concidadãos. Por isso decidi renunciar", declarou o presidente.

O chefe de Estado havia prometido na semana passada que deixaria o poder quando o país recuperasse a estabilidade, mas depois afirmou que aguardaria a organização de novas eleições legislativas.

Os resultados das eleições de 4 de outubro, marcados por acusações de fraude, foram anulados após os protestos violentos e a ocupação de vários edifícios oficiais por grupos de opositores.

Jeenbekov decidiu renunciar nesta quinta-feira, pressionado pelo primeiro-ministro eleito pelo Parlamento, Sadyr Japarov, que exigia a sua saída imediata do poder.

"Para mim, a paz no Quirguistão, a integridade de nosso país, a unidade de nosso povo e a paz em nossa sociedade são o mais importante", disse o presidente demissionário, que pediu a "Japarov e outros políticos que retirem seus simpatizantes das ruas".

Sadyr Japarov estava na prisão até semana passada por ter tomado um governador regional como refém. Ele foi libertado por seus adeptos, conseguiu a anulação de sua condenação e se impôs como primeiro ministro ante a pressão de seus partidários nas ruas.

O Quirguistão é o Estado mais plural, mas também o mais instável de todas as ex-repúblicas soviéticas da Ásia central. Desde sua independência, o país registrou duas grandes revoltas e três presidentes foram detidos ou obrigados a partir para o exílio.

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