INTERNACIONAL

Principal rival do presidente de Belarus sai do país, e UE ameaça com sanções

A opositora Svetlana Tikhanovskaya, rival na eleição presidencial do autoritário chefe de Estado de Belarus, Alexander Lukashenko, se refugiou nesta terça-feira (11) na Lituânia após a eleição no país, consideradas pela UE "nem livres, nem justas"

AFP
11/08/2020 às 18:03.
Atualizado em 25/03/2022 às 16:54

A opositora Svetlana Tikhanovskaya, rival na eleição presidencial do autoritário chefe de Estado de Belarus, Alexander Lukashenko, se refugiou nesta terça-feira (11) na Lituânia após a eleição no país, consideradas pela UE "nem livres, nem justas".

O ministro lituano das Relações Exteriores, Linas Linkevicius, informou à AFP que Tikhanovskaya estava a salvo em seu país, vizinho a Belarus.

Na terça-feira à noite, as tropas de choque continuavam instaladas no centro de Minsk, onde centenas de manifestantes se reuniam, mas havia relativa calma, segundo um jornalista da AFP.

Ao mesmo tempo, as forças de segurança confiscaram cartões de memória e destruíram as câmeras de vários fotógrafos que cobriam os protestos, segundo um fotógrafo da AFP.

Em um vídeo realizado sob pressão, de acordo com seus partidários, ela pediu a seus compatriotas que não protestem.

Divulgado na conta Telegram da agência estatal bielorrussa Belta, as imagens sem data que parecem ter sido gravadas em um escritório mostram a opositora de 37 anos lendo uma declaração em uma voz monótona pedindo "respeito pela lei".

Os seus aliados imediatamente consideraram que este vídeo tinha sido gravado "sob pressão das forças de segurança", provavelmente na noite de segunda-feira, quando a adversária foi detida durante várias horas na sede da Comissão Eleitoral, onde tinha ido apresentar uma queixa.

A candidata confirmou que tomou a "difícil decisão" de abandonar o país, em plena repressão ao movimento de protesto após a eleição presidencial muito questionada.

"Tomei esta decisão sozinha e sei que muitos me condenarão, muitos vão me odiar", declarou Tikhanovskaya.

"Pensava que esta campanha (presidencial) havia me endurecido e dado forças para suportar tudo. Mas, sem dúvidas, continuo sendo a mulher frágil que era no início", completou, com o rosto visivelmente cansado, em um vídeo publicado pelo site bielorrusso Tut.by.

"Os filhos são a coisa mais importante da vida", disse a opositora.

Durante a campanha, Svetlana Tikhanovskaya enviou os dois filhos ao exterior por questões de segurança, temendo as pressões do governo de Belarus.

Os guardas de fronteira de Belarus afirmaram que ela atravessou a fronteira por terra durante a noite.

De acordo com a equipe de campanha de Tikhanovskaya, no entanto, a saída foi forçada, sob pressão das autoridades. "Não teve escolha", afirmou à AFP Olga Kovalkova, uma de suas aliadas.

Svetlana Tikhanovskaya, de 37 anos, novata na política, emergiu em poucas semanas como uma inesperada rival para Lukashenko, de 65 anos e que governa o país desde 1994.

Esta professora de inglês substituiu na disputa presidencial o marido, Serguei, um conhecido blogueiro, detido em maio.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por