INTERNACIONAL

Prisão perpétua para 32 ex-militares na Turquia por participação no golpe de 2016

Um tribunal de Ancara condenou 32 ex-militares à prisão perpétua, nesta quarta-feira (7), por seu papel na tentativa de golpe de Estado de 2016 contra o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, o que motivou grandes expurgos nas Forças Armadas

AFP
07/04/2021 às 12:44.
Atualizado em 22/03/2022 às 01:03

Um tribunal de Ancara condenou 32 ex-militares à prisão perpétua, nesta quarta-feira (7), por seu papel na tentativa de golpe de Estado de 2016 contra o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, o que motivou grandes expurgos nas Forças Armadas.

Os ex-militares condenados integram um grupo de 497 suspeitos que foram julgados por acusações relacionadas ao golpe frustrado. Muitos serviram na guarda presidencial durante sua carreira.

Um advogado da Presidência turca disse à AFP que, ao final da audiência, 22 ex-militares receberam a sentença. Mas a agência estatal de notícias anunciou mais tarde que foram 32 condenações à prisão perpétua.

Os suspeitos foram declarados culpados de várias acusações, incluindo tentativa de acabar com a ordem constitucional e tentativa de assassinato do chefe de Estado.

A Promotoria também os acusou de ocupar o canal público de televisão TRT e obrigar os jornalistas a lerem um comunicado, assim como de cometerem um ataque contra o quartel-general do Estado-Maior.

Além disso, outros 106 acusados foram condenados a penas de entre 6 e 18 anos de prisão.

Em novembro, 337 pessoas, incluindo oficiais e pilotos, foram condenados à prisão perpétua no final do principal julgamento relacionado à tentativa de golpe de Estado, que aconteceu em 15 de julho de 2016.

Entre os condenados estavam pilotos que bombardearam pontos emblemáticos da capital, como o Parlamento, e oficiais e civis que lideraram o golpe a partir da base militar de Akinci.

Outros 60 réus foram condenados a diversas penas de prisão e 75 absolvidos, após um julgamento ao qual compareceram quase 500 acusados.

O golpe frustrado deixou 251 mortos oficialmente, sem contar os golpistas, e mais de 2.000 feridos.

O evento provocou grandes expurgos nas Forças Armadas e permitiu a Erdogan ampliar seu poder.

O governo turco acusa o pregador Fethullah Gülen de ter orquestrado a tentativa de golpe.

Gülen, um ex-aliado do presidente turco que mora nos Estados Unidos, nega qualquer envolvimento.

Durante a madrugada de 15 para 16 de julho de 2016, aviões F16 bombardearam a Assembleia Nacional em três ocasiões, assim como as estradas ao redor do palácio presidencial e o quartel-general das forças espaciais e da polícia.

Os bombardeios deixaram 68 mortos e mais de 200 feridos na capital. Nove civis morreram durante uma tentativa de resistir aos golpistas na entrada da base de Akinci.

Desde a tentativa frustrada de golpe de Estado, dezenas de milhares de pessoas foram detidas, e mais de 140.000 foram demitidas, ou suspensas de suas funções.

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